Educadores, nossos mestres!

No dia 15 de outubro, aqui no Brasil, celebra-se o “Dia do Professor”, todavia, no dia 5 de outubro é o “Dia Mundial dos Professores” instituído pela UNESCO, em 1994, com o objetivo de chamar atenção para o papel fundamental dos professores na sociedade e na instrução da população.
“Não se pode mudar o mundo se não se muda a educação”
A concepção que o Papa Francisco tem da educação, e que é expressa com grande eficácia numa afirmação várias vezes repetida: “Não se pode mudar o mundo se não se muda a educação”. Nela estão contidas duas mensagens. A primeira é de esperança: através da educação pode-se intervir para mudar o que no mundo não está bem, o que é errado, iníquo. A educação nos oferece esta grande possibilidade. Mas – e esta é a segunda mensagem – a educação, assim como hoje é concebida e praticada, não é capaz de realizar
isso. Deve ela mesma mudar. É necessário um pensamento diferente, renovado, que saiba encontrar a realidade, aprender da realidade, transformar a realidade. Quem tem tarefas educativas tem, portanto, uma grande responsabilidade. Deve interrogar-se sobre o significado da educação e sobre suas finalidades. Deve perguntar-se se o que está fazendo, o zelo com que o realiza, vai na direção correta. Estas interrogações dizem respeito, de maneira toda particular, à formação escolar e universitária, e as escolas e universidades católicas certamente não se devem eximir desta reflexão. Podem ser fonte de riqueza ou problema, uma parede acadêmica que não se deixa tocar pelas vicissitudes dramáticas do homem de hoje ou então uma ponte capaz de ligar o saber à necessidade, de modo a responder à necessidade graças ao próprio saber, mas também de renovar o próprio saber graças ao encontro com a necessidade.

Pacto Educacional Global
Disse o Papa Francisco, no Vaticano, no Encontro sobre as “Religiões e Educação”: “Hoje, queremos, como representantes das religiões manifestar a nossa proximidade e gratidão a todos os professores e, ao mesmo tempo, a nossa solicitude pela educação”.
Prossegue o Pontífice: “Para reavivar o compromisso em prol e com as novas gerações, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão”, convidando todos a “unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”. Ainda disse Francisco: “Temos a peito uma formação integral que se resume no conhecer-se a si mesmo, ao próprio irmão, à criação e ao Transcendente. Não podemos esconder às novas gerações as verdades que dão sentido à vida”.
Papa Francisco é um ícone de educador
Isso não apenas pela sua formação e experiência em sala de aula ou pelo apoio às inúmeras iniciativas em favor da educação, mas, sobretudo, porque trouxe para seu Pontificado uma especial atenção com a educação. São incontáveis suas intervenções em favor de uma educação que seja fruto do empenho da família, da escola e da sociedade. Sua preocupação pelo que chama Pacto pela Educação revela sua vocação de educador e explicita uma vez mais sua capacidade de agregar pessoas em torno de projetos tão fundamentais para a defesa da dignidade humana e para o desenvolvimento dos povos.
Parabéns, queridos professores e professoras. Estamos juntos na missão de educar e formar pessoas para a vida em todas as suas dimensões, porque “educar significa ajudar a pessoa humana a tornar-se mais humana” como afirmou o filósofo francês Jacques Maritain.
Dom Edgar Xavier Ertl – Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão