“Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo!”
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
A maior das notícias pascais: Cristo ressuscitou verdadeiramente. A vida venceu a morte. Foram abertas as portas da eternidade pela ressurreição. A ressurreição de Jesus é a verdade central do cristianismo (cf. 1 Coríntios 15,13-20). O discurso de Pedro aos judeus sobre os últimos fatos ocorridos com Jesus é de grande importância à vida cristã que celebra a Páscoa de Jesus. Antes do anúncio da ressurreição, Pedro atualiza a memória de seus conterrâneos com detalhes e os chama à responsabilidade diante dos fatos ocorridos com o Nazareno (cf. Atos 10, 34.37-43).
Pedro discursa dizendo que Jesus, o Messias, comunicou sua palavra aos israelitas e anuncia a boa notícia da paz. Depois, Pedro se reporta à memória dos ouvintes israelitas dizendo que antes de Jesus, João Batista, desde a Judeia, começando pela Galiléia, batizava para a conversão dos pecadores e preparando o caminho para o Salvador. Disse Pedro que Deus ungiu com o Espírito Santo e poder a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os possuídos pelo diabo, porque Deus estava com ele. “Nós somos testemunhas de tudo o que fez na Judéia e em Jerusalém”, enfatiza o apóstolo (cf. Atos 10,39).
Na sequência do discurso, Pedro robustece os fatos sobre o que aconteceu com Jesus: “Mataram-no, pendurando-o num madeiro. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia e fez que aparecesse, não a todo o povo, mas às testemunhas designadas de antemão por Deus: a nós, que comemos e bebemos com ele depois que ressuscitou da morte” (vv. 40-41). Pedro anuncia um fato extraordinário: o resumo do anúncio da ressurreição. A frase central: “Deus o ressuscitou”. Esta é a base de nossa fé e esperança: Jesus vive, e Deus o estabeleceu juiz dos vivos e mortos. O juiz é também o salvador: quem nele crê é absolvido e recebe a vida.
Testemunhas da ressurreição
São Mateus escreveu que, na aurora do primeiro dia da semana, o domingo, as mulheres vão ao sepulcro, são elas Maria Madalena, com a outra Maria (cf. Mt 28,1-10). Um registro importante faz-se necessário aqui. Não houve testemunho que viram Jesus sair do sepulcro. Mesmo os soldados junto do sepulcro não são testemunhas físicas da ressurreição. O sepulcro foi simples lugar de passagem. O importante, na narração da manhã pascal, são as palavras do anjo (vv. 5-7) e do próprio Cristo: aquele que morreu, vive, e reúne seus irmãos. Vamos ouvir o anjo às mulheres: “Não temais. Sei que buscais a Jesus, o crucificado. Não está aqui; ressuscitou como havia dito”.
Depois disso as mulheres se afastaram depressa do sepulcro, cheias de medo e alegria e foram dar a notícia aos discípulos. Desse modo, as duas mulheres são as primeiras portadoras da mensagem pascal, são duas testemunhas fidedignas. Jesus sai ao seu encontro, comprovando a mensagem com sua presença, dissipando o medo com sua saudação: elas o veem, tocam e ouvem. A grande notícia pascal do ressuscitado às mulheres testemunhas, aos seus discípulos: “Alegrai-vos!”. A alegria, promessa do ressuscitado, faz parte da mensagem pascal.
Ressuscitados com Cristo
O Catecismo da Igreja Católica afirma que “se é verdade que Cristo nos ressuscitará ‘no último dia’, também é verdade que, de certo modo, já ressuscitamos com Cristo. Pois, graças ao Espírito Santo, a vida cristã é, já agora na terra, uma participação na morte e ressurreição de Cristo […]. Unidos a Cristo pelo Batismo, os fiéis já participam realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece escondida em Deus […]. Nutridos do seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos manifestados com Ele cheio de glória” (cf. CIC nn.1002-1004). No Credo cristão professemos: “Creio na ressurreição da carne. Creio na vida eterna”.
Cristo ressuscitou, verdadeiramente! Aleluia! Feliz e Santa Páscoa!