A gestão da água
Por Ivonete T. T. Plein
É crucial que a humanidade, enquanto um conjunto de seres pensantes, seja capaz de criar e desenvolver estratégias melhores para a sobrevivência no planeta, entre elas, a garantia de acesso e disponibilidade de água potável para todos.
As ferramentas de gestão de água, mais amplamente utilizadas no planeta não tem alcançado os objetivos primordiais. Assim, há uma preocupação para que novas formas de gestão sejam difundidas em todos os setores da sociedade.
Em 2018, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) publicou o Relatório mundial sobre desenvolvimento dos recursos hídricos, e nele apresentou resultados preocupantes quanto a gestão dos recursos hídricos. No Fórum Mundial da Água de 2018, em Brasília, a Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay afirmou que “a paz é colocada em risco em um cenário de escassez de água e que o relatório se propõe justamente a buscar alternativas já existentes para mitigar esse problema. Segundo ela, o objetivo do documento é apoiar os governos em sua transição para melhores políticas de água. A mensagem do relatório é alta e clara. Agora é hora de ação. Trabalhar com a natureza e não contra ela” (https://brasil.un.org/pt-br/79457-relat%C3%B3rio-da-unesco-indica-solu%C3%A7%C3%B5es-baseadas-na-natureza-para-uma-melhor-gest%C3%A3o-da-%C3%A1gua).
O Fórum Mundial da Água é o principal encontro global em que a comunidade de profissionais do setor hídrico e os formuladores de políticas trabalham para estabelecer os planos de ação de longo prazo sobre os desafios relacionados à água. Com mais de 150 países representados, o fórum visa aumentar a conscientização e reforçar o compromisso político com relação ao uso e à gestão da água (https://youtu.be/Cezy2UIGhvM[/embed).
A realidade apresentada em 2018 se repetiu no Fórum Mundial em 2022 realizado em Dacar (Senegal), mostrando que a humanidade tem falhado na luta de construir uma gestão melhor de recurso tão essencial para a vida no planeta Terra. Os dados mostraram que a preocupação está presente na maioria dos países, no entanto, as políticas de gestão equilibrada não condizem com a urgência necessária para a transformação da realidade e enquanto isso, as pessoas morrem por falta de água ou por sua gestão inadequada.
Em todo o mundo, mais de 3 bilhões de pessoas e duas em cada cinco unidades de saúde não têm acesso adequado a instalações básicas para higiene das mãos. Em âmbito global, 11% das mortes maternas, principalmente em países de renda baixa e média, são causadas por infecções relacionadas a condições anti-higiênicas durante o trabalho de parto e o nascimento, em casa ou em instalações hospitalares, e à má higiene nas seis primeiras semanas após o nascimento. Todos os anos, infecções associadas a partos realizados sem condições de higiene podem ser responsáveis por mais de 1 milhão de mortes. As práticas básicas de higiene durante o atendimento pré-natal, o parto e o nascimento podem reduzir o risco de infecções, sepse e morte de bebês e mães em até 25% (https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000375751_por).
A reflexão é simples: o que nós estamos fazendo para contribuir para a diminuição dessas mortes? Em que medida nos sentimos parte de um grupo chamado “humanidade”?
Ivonete T. T. Plein
Técnica em Assuntos Educacionais – UTFPR – FB
Doutoranda em Geografia – UNIOESTE – FB
E-mail: ittp20@gmail.com – Currículo: http://lattes.cnpq.br/5475663157110517