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DOIS TIMES DE FRANCISCO BELTRÃO NA SÉRIE OURO??

Recebi a visita do repórter Juliam Nazaré, da TV Beltrão, para uma entrevista sobre a presença de mais uma equipe local na Série Ouro do Campeonato Paranaense de Futsal.

Acho inviável. A propósito, quando surgiu a ABF, o projeto era para ser uma equipe parceira do Marreco, até para formar jogadores e repassá-los à equipe que já está nas disputas da Série Ouro e da Liga Nacional há muitos anos. Exemplo: o goleiro Jaime, hoje contribuindo positivamente com o Marreco Esporte Clube.

Essa ideia da inclusão de mais um time da cidade na Ouro, geraria uma rivalidade que poderia ser saudável, ou não. Mas o assunto merece muita cautela. Aí entra a questão financeira, a não ser que o grupo de pessoas que formou a ABF tenha recursos financeiros próprios, sem depender de parcerias com o comércio e até com o poder público.

A questão financeira é crucial para a sustentabilidade de qualquer equipe, em qualquer modalidade que esteja disputando. Notem, os leitores, no futebol temos o União num sobe e desce no profissional do estado, realizando em poucos anos três BINGOS para se manter vivo.

Nossa população agora que chegou aos 101 mil habitantes, não tem o potencial econômico para manter uma 2ª. equipe em nível estadual na mesma Série Ouro do Federação Paranaense de Futsal.

É fundamental analisar com cuidado o projeto da ABF que, deveria ser aberto a todos os interessados, inclusive chamando o prefeito que está encerrando o mandato e o futuro mandatário, recentemente eleito. Não pode ser uma ideia lançada e, pronto, vamos disputar, sem analisar as conseqüências.

Já vimos no passado a dificuldade de manter times no esporte ativos, mesmo com  histórias vitoriosas. Exemplos: União (em dificuldades), Real, Industrial e Francisco Beltrão FC.

Além do aspecto financeiro, é importante pensar em uma estrutura sólida. Um novo time na Série Ouro precisa de uma boa gestão, um elenco competitivo e uma base forte nas categorias de base.

A expansão do Marreco para outras modalidades é um sinal positivo, mas é preciso garantir que todos os projetos tenham o apoio necessário para alcançar o sucesso.

Não há dúvidas que a torcida estaria ansiosa por mais emoções, mas é fundamental garantir que um novo projeto seja viável a longo prazo.

Vamos citar alguns casos de cidades maiores que não dão sustentabilidade a um segundo time no futebol profissional:

LONDRINA: 

Cidade que tem uma população de 577 mil habitantes, e no seu entorno cidades que totalizam, então, mais de um milhão de moradores.

 O Londrina EC manda seus jogos no Estádio do Café. Lá existe um 2º time que é o PSTC, que tem à sua disposição o Estádio Vitorino Gonçalves Dias, porém não se mantém em Londrina; torna-se um time “cigano” que disputa jogos representando Cornélio Procópio ou Alvorada do Sul, porque o potencial econômico de Londrina não se dispõe a sustentar duas equipes quase iguais, no mesmo nível, ou quase no mesmo.

PONTA GROSSA:

Um município de 372 mil habitantes, está fora do futsal há muitos anos. Lá existia a equipe de nome Keima, hoje fora de qualquer competição, a não ser que, participe de alguma disputa em nível local.

Enfim, exemplos não faltam para o caso da ABF que pretende disputar a  Série Ouro do Futsal Paranaense, fugindo das suas proposições iniciais, quando a equipe foi lançada no cenário do futsal de Francisco Beltrão para se tornar parceira do Marreco.

MARRECO FORA DA LIGA NACIONAL

No jogo de volta da Liga Nacional Futsal (dia 20) contra o Joinville, o Marreco fez de tudo para passar às quartas de final, mas acabou derrotado por 1 x 0, com gol contra de Nogueira, e agora o quê lhe resta neste fim de ano é a Série Ouro Paranaense.

No 1º jogo, no Ginásio Arrudão, houve empate em 2 x 2, então a decisão foi na casa do adversário, mas o Joinville teve uma grande luta para superar a equipe do técnico Tchelo, que no 1º tempo ofereceu forte resistência, com Rafa Freitas defendendo um tiro livre direto cobrado por Éder Lima, faltando 57 segundos para o término da 1ª. etapa.

Éder Lima buscava marcar seu sétimo gol pelo Joinville. Éder estava a uns 14 passos do local da bola para fazer a cobrança.  Rafa Freitas fez defesa dupla, porque rebateu e a bola voltou para Éder, mas o goleiro beltronense fechou o gol, e o lance livre a favor do Joinville não foi convertido. Assim, terminou a 1ª. etapa em Joinville, com o placar em 0 x 0.

Na decisão das oitavas de final, o favorito era, sem dúvida, o Joinville, que sofreu muito para vencer o Marreco pela contagem mínima. O gol da vitória somente aconteceu aos 7 minutos do 2º. tempo após cobrança de escanteio quando Nogueira tentou cortar e acabou mandando contra a meta de  Rafa Freitas.

Se o jogo normal terminasse empatado, a decisão iria para a prorrogação, com vantagem do empate para o Joinville por ter feito melhor campanha na 1ª. fase da Liga Nacional. Joinville era o 1º lugar, lutando contra o 16º colocado – o Marreco.

Houve muita confusão no jogo, com Dieguinho agredindo Nogueira com uma forte cabeçada, com reação de Nogueira. Os dois acabaram expulsos. Naquele momento mais dramático do jogo, a torcida do JEC invadiu a quadra para atingir fisicamente os jogadores do Marreco.

Após os tumultos, o Marreco e a comissão técnica recolheram-se para os vestiários e somente retornaram à quadra depois de tudo serenado pela equipe catarinense, inclusive com a intervenção do policiamento, que demorou um pouco para agir, mas o fez de maneira ostensiva para acabar com a confusão.

Foto: Neto Cajaíba/Assessoria

O grande destaque  do Marreco no jogo em Joinville, sem dúvida, foi o goleiro Rafa Freitas. Aliás, em toda a temporada 2024 Rafa Freitas tem contribuído para boas apresentações da equipe beltronense, que fez grandes atuações na Liga Nacional neste ano, diferente do que foi ano passado, pois em 2023 o Marreco não passou para as oitavas de final da Liga, sendo eliminado pelo Pato Futsal.

Do ano anterior para este, o Marreco teve grande evolução, não só no futsal, pois a diretoria sob a presidência de Lavardinha expandiu as atuações da entidade, abrindo espaço para a juventude beltronense praticar vôlei, basquete e outras modalidades para os gêneros masculino e feminino.