ELOS E NÓS, QUEBRADOS
(Cleusa Piovesan)
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O fio quebrou-se,
Desatou o nó,
Sinto-me tão só!
Um vazio estranho
Que não tem tamanho,
Mas não sinta dó!
Criei meus fantasmas
Que ora me perseguem,
Mas a vida segue…
Me atirei no poço,
Me afoguei em lágrimas,
E a dor prossegue.
Escrevi histórias
Que não eram minhas.
Vida comezinha!
Vivo de manhãs
De lutas, sem glórias!
O medo avizinha.
O escuro paira
Sobre meus desejos.
Sonho com seus beijos…
Já não tenho paz,
Coleciono insônias,
Meus fantasmas vejo.
Perdi as certezas
Do que é verdadeiro.
Último ou primeiro?
O elo se quebrou:
Junto meus pedaços.
Já não sou inteiro!
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