Águas do Interior (5): Dia mundial da água!
Por Ivonete Terezinha Tremea Plein
É de amplo conhecimento que a vida não pode existir sem água potável e que este é um recurso, cada vez mais escasso e caro, tanto no sentido monetário quanto de sua raridade.
Todos os anos, no dia 22 de março, o mundo se concentra nas discussões em torno da água. Essa data foi estabelecida para chamar atenção da humanidade sobre algo tão essencial à sua vida e, ao mesmo tempo, totalmente exposta a sua degradação. Em 2025, o dia mundial da água tem como foco a conservação das geleiras.
As geleiras funcionam como reservatórios naturais de água doce, ao liberarem água proveniente do degelo que sustenta o abastecimento de água potável, bem como a agricultura, a indústria e os ecossistemas saudáveis. Elas proporcionam benefícios essenciais, como a regulação do clima e a proteção contra riscos naturais. A conservação das geleiras é vital para o bem-estar das pessoas e das comunidades em todo o mundo. Por meio da implementação de práticas sustentáveis de gestão e monitoramento das geleiras, a humanidade pode proteger esses reservatórios congelados que ainda contêm aproximadamente 70% da água doce da Terra. A implementação de práticas de gestão sustentável e a promoção da cooperação científica internacional são medidas fundamentais para a conservação dessas valiosas fontes de água, pois elas garantem a prosperidade de longo prazo e promovem a paz global (https://www.unesco.org/pt/node/66692).
Neste mês, ocorreu em Paris, na sede da UNESCO um evento que marcou o lançamento do Relatório Mundial de Desenvolvimento da Água de 2025, com o tema “Altas Montanhas e Geleiras”. O relatório enfatiza o papel das geleiras na sustentação do suprimento de água e na manutenção da estabilidade do ecossistema, oferecendo insights baseados em dados para orientar estratégias sustentáveis de gerenciamento e adaptação da água para comunidades em todo o mundo. Além disso, o evento estabelecerá as bases para a Década de Ação para Ciências Criosféricas (2025-2034), fomentando a cooperação internacional em pesquisa científica e monitoramento para abordar os impactos das mudanças da criosfera (https://www.un-glaciers.org/en/world-day-glaciers-paris?hub=195).
Eventos mundiais como estes são fundamentais para que as elites pensantes e grandes lideranças globais se unam em estudos, planejamento e decisões que fortaleçam os laços universais em prol de um bem maior e comum como é a água. Em nossa região são vários estudos que mostram os impactos da ação humana (e não só) sobre a qualidade e quantidade de água disponível.
A nível regional, durante os últimos anos, a pesquisa Águas do Interior mostrou um quadro bastante preocupante sobre a qualidade da água (apresentados em matérias anteriores), mas também teve o objetivo de disponibilizar ferramentas que contribuam para que o conhecimento sobre o tema possa ser acessível, para além do meio acadêmico, que chegue na educação básica, nas famílias dos agricultores, na população em geral. Dessa forma, apresentam-se a seguir duas delas.
A primeira ferramenta, foi um banco de dados Regional que foi sistematizado a partir do Siságua 2021 e 2022. Pode ser consultada de forma interativa, simples e direta, no conjunto dos 27 municípios da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão, ou separadamente por município, disponível no link: https://qr-codes.io/6PSFOZ e no QR Code:

A segunda ferramenta é um Compêndio de materiais sobre água, publicados pelo Instituto Água Sustentável. O material está acessível no link: https://qr-codes.io/uogVnP ou no QR Code:

Nota:
Esse artigo compõe um conjunto de publicações com resultados da Tese Águas do Interior: Soluções Alternativas Coletivas na 8ª Regional de Saúde do Paraná sob orientação da Professora Rosana Cristina Biral Leme (Doutorado em Geografia – UNIOESTE). Disponível em: https://tede.unioeste.br/handle/tede/7398
Ivonete T. T. Plein
Doutora em Geografia – UNIOESTE
Técnica em Assuntos Educacionais – UTFPR
Currículo: http://lattes.cnpq.br/5475663157110517