Domingo de Ramos: “Subamos com Ele para Jerusalém”!
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
Iniciamos neste Domingo de Ramos, 13 de abril, com toda a Igreja, a Semana Santa, em que celebramos a Páscoa do Senhor. Recordamos a entrada de Cristo em Jerusalém para realizar a entrega de sua vida, pela morte de cruz, em fidelidade ao projeto do Pai. Com o povo da primeira aliança, que durante a festa das tendas levava ramos nas mãos, significando a esperança messiânica, nós também hoje, seguindo os passos de Jesus, renovamos nossa adesão ao seu projeto e, com nossos ramos nas mãos O aclamamos, Senhor da vida e da história.
Esta celebração acontece no domingo que antecede a Páscoa e ainda faz parte do Tempo da Quaresma, nos inserindo no início da “Grande Semana”, ou “Semana Santa”. Seguimos passo a passo, os últimos acontecimentos da vida de Jesus. O duplo nome da festa indica dois mistérios diferentes, duas tonalidades espirituais diferentes, duas histórias diferentes: “Ramos” e “Paixão”. Celebramos dois aspectos fundamentais da Páscoa: a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, como anúncio e figura do triunfo da ressurreição, e a memória da sua paixão, que marcará a libertação da humanidade do pecado e da morte. Importante. O Tríduo Pascal da Paixão e da Ressurreição do Senhor começa com a missa Vespertina, na Ceia do Senhor, na quinta-feira, possui o seu centro na Vigília Pascal, sábado à noite, e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
A Páscoa está muito próxima!
A procissão dos ramos, sem dúvida alguma, é a marca característica desta festa. Já na abertura da procissão, quem preside evoca o caminho feito pela Quaresma que desemboca na Páscoa, apresentada como festa iminente: “Hoje aqui nos reunimos e vamos iniciar, com toda Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória dessa entrada, sigamos os passos de nosso Salvador, para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida”. A oração do dia, ao término da procissão, já dentro da Igreja, reza: “Concedei-nos aprender o ensinamento da paixão e ressuscitar com ele em sua glória”. Também o prefácio traz menção à Páscoa: “Sua morte apagou nossos pecados, e sua ressurreição trouxe-nos vida nova”. A oração após a comunhão reza: “Como pela morte do vosso Filho nos destes esperar o que cremos, dai-nos pela sua ressurreição alcançar o que buscamos”.
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Assim, somos convocados a seguir seus passos, associando-nos à sua cruz, para com ele participarmos também de sua ressurreição: Que valham as palavras de Santo André de Creta, “Vinde, subamos junto ao monte das Oliveiras e corramos ao encontro de Cristo, que hoje volta de Betânia e se encaminha voluntariamente para aquela venerável e santa Paixão, a fim de realizar o mistério de nossa salvação […]. O Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Pelo contrário, será manso e humilde, e se apresentará com vestes de pobre e aparência modesta. […] Acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos a seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter. […] Portanto, em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor, revestidos dele próprio, prostremo-nos a seus pés como mantos estendidos”.
“Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel”.