A Igreja Católica e a missão educativa
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
Ao longo da história, a Igreja Católica teve um papel fundamental na organização, na reflexão e na prática do trabalho educativo. Em 2008, disse Bento XVI, numa carta à Diocese de Roma, sobre a tarefa urgente da educação: “Todos temos no coração o bem das pessoas que amamos, em particular das crianças, adolescentes e jovens”. Reiteradamente temos ouvido ainda o Papa Bergoglio dizer que “não se pode mudar o mundo se não se muda a educação”. Jacques Maritain, filósofo francês do século XX, afirmou que “educar significa ajudar a pessoa humana a tornar-se mais humana”.
A principal contribuição que a teologia traz à educação é sua referência à centralidade da pessoa humana, através da qual ele propõe como paradigma interpretativo a dimensão relacional, que lhe é própria. O ser humano é o centro de todo processo educacional. Ele nunca pode ser visto como meio, em vista de outro fim, por vezes, prevalece o econômico, mas o motivador e o objetivo maior da educação. Pois no ser humano se encontra uma dignidade a ser compreendida, defendida e motivada, que está na pessoa do aluno, do professor, da direção, dos responsáveis, dos pais e do/a colaborador/a.
Sob os olhares de Deus
A dignidade é teológica. Não é uma invenção científica, nem mesmo ideológica. Tudo isso se resume, de alguma maneira, no fundamental conceito de pessoa “imagem de Deus” segundo o Gênesis 1,26: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” ou como lemos no Livro da Sabedoria 2,13: “Deus criou o homem imortal, e o fez à imagem do céu”. Partindo desse pressuposto bíblico, torna-se fundamental ver o ser humano em sua totalidade, em todas as suas formas de expressão, e para isso esta pessoa precisa de um ambiente favorável e este espaço é-nos oferecido pela escola – pela “comunidade educativa”,
A teologia e educação são um binômio inseparável. A teologia, junto com o respeito à Revelação e à Tradição, deve acompanhar os processos culturais e sociais, e neste artigo demostramos isso, a capacidade de reflexão com o mundo da educação, com seus desafios e perspectivas. A teologia, portanto, ocupa-se dos conflitos gerados em torno da proposta educacional, quer de Estado ou da Iniciativa Privada. Fazemos teologia em saída missionária, logo, o processo educacional, tão afetado e desacreditado em nosso país, necessita dos olhares de misericórdia da Igreja e dos teólogos – a educação refletida a partir da teologia.
A pessoa no centro
A educação foi um dos temas centrais do pontificado de Francisco que, em outubro de 2020, relançou a proposta de um “pacto global” dirigido a todos os sujeitos educacionais da sociedade para o futuro das novas gerações. Francisco no dia 22 de novembro de 2021, falou, mesmo que brevemente, das razões que teve ao propor o Pacto Educativo Global, pensando no espírito de uma ampla aliança global: “Para formar pessoas maduras, capazes de superar a fragmentação, a contraposição e reconstruir o tecido de relações para uma humanidade mais fraterna”. Segundo Bergoglio, “para alcançar estes objetivos requer coragem: ‘A coragem de colocar a pessoa no centro’ e de ‘colocar-se a serviço da comunidade’.
O Papa Francisco, durante o seu pontificado insistiu na necessidade de investir os talentos de todos, e especialmente das gerações mais jovens, a fim de trazer à maturidade uma nova solidariedade universal e uma sociedade mais acolhedora. Empenho de todos: professores, estudantes, pais, sociedade civil; todos os conhecimentos e disciplinas; as diversas expressões intelectuais, científicas, artísticas, esportivas, políticas, econômicas e empresariais em apoio aos jovens.
Cumprimentos aos pais e as suas famílias, neste domingo, 10 de agosto. Cumprimentos aos estudantes e seus professores, no dia 11 de agosto, “Dia do Estudante”. Gratidão e amor!
