Menina atropelada em Ampére causa comoção
Após o acidente o motorista fugiu do local. Fotos: Divulgação.
Uma criança de 8 anos morreu atropelada no início da tarde desta sexta-feira, 12, na rodovia PR-481, no município de Ampére, sentido a Santo Antônio do Sudoeste. O acidente ocorreu a cerca de 500 metros da comunidade de Linha São Paulo.

A vítima, identificada como Nicolly Rockenback do Amaral, saiu de casa a pé, percorreu aproximadamente 300 metros por uma estrada vicinal e, ao tentar atravessar a rodovia para pegar o ônibus escolar, foi atingida por um automóvel. O motorista não parou para prestar socorro e fugiu em direção a Santo Antônio do Sudoeste.
Segundo o jornalista Julio Cesar Alves, da Rádio Ampére, a menina fazia esse trajeto diariamente. Os socorristas do Samu foram acionados, mas não conseguiram reanimá-la.
“É a pior notícia nos últimos anos que estou dando, porque se trata de uma criança de apenas 8 anos de idade. Temos o calçado dela, o tênis dela e, mais à frente, o corpinho dela. A mãe dela está lá chorando. Confesso que é algo que deixa a gente extremamente emocionado”, relatou o jornalista, que é pai de duas meninas, durante a transmissão. Ele acrescentou que o corpo da vítima foi arremessado a cerca de 50 metros do ponto de impacto.
A técnica de enfermagem do Samu Joleide Berté também lamentou a tragédia. “Nos meus 10 anos de Samu, acho que é uma das situações mais tristes que já presenciei. A gente tem filho em casa, dói muito ver uma criança que tem a vida toda pela frente, que estava indo para a escola e a pessoa nem parar pra prestar socorro.”
Querida por todos
A professora Elaine Ghisi, em entrevista à Rádio Ampére, também lamentou a morte da garotinha. “Pra nós, foi um desespero, das professoras e dos alunos. A Nicolly era uma coleguinha deles, sempre ajudando na sala de aula, muito querida. Todo mundo está assim, transtornado. Não sabemos como será a próxima semana, porque os alunos ficaram em estado de choque ao saber o que aconteceu com a amiguinha.”
Ela ainda comentou sobre o pouco tempo que a menina estava na escola. “Fazia pouco tempo, acho que uns três meses, mas nesses três meses ela já tinha conquistado a todos por ser uma menina querida. Agora, tenho certeza de que todos os coleguinhas vão se lembrar dela sempre.”
Nicolly morava com a mãe, o padrasto e duas irmãs. O prefeito de Ampére, Douglas Potrich (PSD), esteve na comunidade para manifestar solidariedade e garantir o apoio do município à família.
Fuga piora a condição do motorista
O capitão Mori, comandante da 6ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), também comentou sobre o acidente. “Preliminarmente levantamos tratar-se de um atropelamento com fuga do autor. Já temos uma informação sobre um suspeito, e diligências estão sendo realizadas, inclusive pela Polícia Civil, para tentar localizar o responsável que acabou se evadindo dessa tragédia.”
Segundo o capitão, acidentes com vítimas fatais já são muito impactantes, mas a morte de uma criança tem peso ainda maior. “Qualquer morte no trânsito é uma fatalidade, é muito impactante. É uma vida que se perde, famílias que perdem um ente querido, mas quando se trata de crianças, é algo pesado.”
Ele explicou que a PRE não é responsável pela investigação, mas sim pelo atendimento inicial e pela coleta de informações. “O nosso papel é dar esse atendimento inicial, fazer a coleta de informações para a configuração do boletim de acidente de trânsito e repassar à Polícia Civil, que tem a atribuição de dar continuidade à investigação.”
O comandante destacou ainda a gravidade da fuga do motorista. “No trânsito, fatalidades acontecem. Temos a previsão legal para o homicídio culposo, quando há morte sem intenção do condutor. Mas, a partir do momento que ele se evade, isso pode ter desdobramentos jurídicos e resultar em pena maior, já que deixar de prestar socorro é crime. Em hipótese alguma o autor deve se evadir de um sinistro com vítima, salvo em casos excepcionais em que haja risco à sua integridade física, o que não ocorreu neste caso.”
Fonte: JdeB
