Continuam as articulações para nova linha aérea entre Beltrão e Curitiba
Por Darce Almeida/Acefb
As lideranças de Francisco Beltrão continuam engajadas para reabrir a linha aérea entre os aeroportos de Francisco Beltrão e Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O vice-prefeito Antonio Pedron (PSD), o diretor da Associação Empresarial (Acefb) Joares Ribeiro, a coordenadora do Núcleo das Agências de Turismo, Mari Fiorentin, e um representante da Amsop, estiveram em dezembro de 2020 em contato com Ronaldo Veras, diretor da Azul Linhas Aéreas, em São Paulo, e pediram a volta da linha.
Na época, Veras disse que as negociações vinham sendo feitas com o Governo do Paraná. Antonio Pedron diz que o trabalho para a instalação de linha aérea continua. Estão agendados encontros com as direções da Nella Linhas Aéreas e a Aerosul, nova companhia regional de voos, que vai abrir bases em Londrina, Foz do Iguaçu, Pato Branco e Curitiba. Para o empresário Idalino Menegotto, ex-presidente da Associação Empresarial (Acefb), uma linha aérea foi e sempre será necessário para o crescimento de uma cidade ou região.
“Contudo, se pensarmos individualmente, que o meu município é mais importante que o outro, nunca teremos uma linha aérea fixa. Precisamos pensar regionalmente para viabilizar o negócio para uma empresa aérea.”
Mari Fiorentin, coordenadora do núcleo das agências de turismo da Acefb, comenta que “A linha aérea pra nós é imprescindível, antes da pandemia estava havendo uma boa demanda por passagens aéreas aqui em Beltrão e região. E não é apenas para sairmos daqui, por exemplo, e visitarmos o Nordeste. Pessoas desses estados podem vir pra cá conhecerem nossas atrações, fazer um turismo rural. Com uma linha aérea todo mundo ganha, hotéis, restaurantes, agências de viagens”.
Claudemir de Souza, diretor da Universidade Paranaense (Unipar), campus de Francisco Beltrão, lembra que a falta de um aeroporto na região Sudoeste, com linha aérea regular, tem atrapalhado os trabalhos dos professores: “No sentido de que, muitas vezes inviabiliza a vinda de professores das mais diversas regiões do Brasil. Os professores que querem dar continuidade aos estudos em programas de mestrado e doutorado acabam tendo um esforço dobrado em função de terem que se deslocar para outras cidades como Chapecó, Foz e até mesmo Curitiba em busca de aeroportos”.
O diretor comenta que a Unipar tem usado o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. “Porém, as negociações com professores ou palestrantes que vêm para Beltrão, quando falamos que eles vão ter que percorrer 330, 340 km para chegar até aqui, a maioria desiste. Porque eles precisam retornar o quanto antes para suas casas. Isso acaba tirando Beltrão e região do eixo dos grandes palestrantes e renomados professores nacionais que desistem quando verificam que não há aeroporto com linha aérea.”
De acordo com Claudemir, quanto à questão de voltar a ter uma linha aérea em Beltrão, “não adianta as instituições e as empresas terem que confirmar um número X de compra de passagens para viabilizar uma linha aqui. Se não tiver demanda, é ilusão. Vamos ficar de dois em dois anos inaugurando reformas em aeroportos e comemorando linha aérea que não vai se viabilizar. Algumas das linhas que teve em Beltrão não dava conexões para outras cidades, você chegava em Curitiba e perdia o dia inteiro porque não dava conexão para outras cidades”.
Linha aérea por cinco meses
Dia 22 de outubro de 2019, o avião Cessna Grand Caravan, com capacidade para 12 pessoas, decolava do Aeroporto Paulo Abdala, em Francisco Beltrão, com destino à Curitiba, após seis anos sem linha aérea regular no município. Aí veio a pandemia da Covid-19, em março de 2020, paralisando todos os voos. Antes da Azul, já operaram voos entre Beltrão e Curitiba as empresas Rio-Sul, Helisul, TAM/Pantanal e NHT.
Legenda: Movimentação no Aeroporto de Francisco Beltrão no dia do voo inaugural, em 2019. (Foto: Darce Almeida/Acefb)