CBF Afasta Árbitros de Jogos Polêmicos
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afastou os árbitros centrais e de vídeo (VAR) de duas partidas polêmicas da 27ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro de 2025: São Paulo x Palmeiras e Red Bull Bragantino x Grêmio.
No total, quatro árbitros de campo e de vídeo foram colocados na “geladeira” pela Comissão de Arbitragem da CBF:
Ramon Abatti Abel (Árbitro principal) e Ilbert Estevam da Silva (VAR) – Pelo jogo São Paulo 2 x 3 Palmeiras. O São Paulo reclamou de um possível pênalti não marcado a seu favor e de uma não expulsão de um jogador adversário.
Lucas Casagrande (Árbitro principal) e Gilberto Rodrigues Castro Junior (VAR) – Pelo jogo Red Bull Bragantino 1 x 0 Grêmio. A partida teve um pênalti polêmico marcado a favor do Bragantino nos acréscimos e uma expulsão do jogador do Grêmio, Kannemann.
De acordo com a nota oficial da CBF, os árbitros afastados “serão condicionados a treinamento, aprimoramento e avaliação interna, para posterior retorno às atividades”. O afastamento, também conhecido como “geladeira”, é uma medida imediata em resposta às críticas sobre a performance da arbitragem.
Se agiram de má fé, macumunados com os times vencedores, entendo que com afastamento temporário e reestudo das regras do futebol, ainda assim, não vai resolver o comportamento deles em outras partidas. O pior de tudo, é que não demora muito o Departamento de Árbitros da CBF vai escalá-los novamente em outros jogos.
Se tomaram decisões para beneficiar uns e prejudicar outros, foi por interesses escusos e de propósito.
Esta é uma questão muito pertinente e que reflete a preocupação de muitos torcedores e dirigentes no futebol brasileiro.
O procedimento de afastar árbitros para “treinamento, aprimoramento e avaliação interna” é a medida padrão da CBF para erros considerados graves ou que geram grande controvérsia. No entanto, ele foca na capacitação técnica e na correção de falhas de interpretação ou aplicação da regra, pressupondo que o erro foi técnico e não intencional.
O Afastamento e o Problema da Má-Fé
Se a ação dos árbitros tivesse sido realmente por má-fé, ou seja, com o objetivo deliberado de beneficiar ou prejudicar times por “interesses escusos” o afastamento temporário e o reestudo de regras seriam insuficientes para mudar seu comportamento.
Vamos a um foco na Técnica vs. Ética: A reciclagem se concentra em torná-los melhores tecnicamente. Se a motivação é ética ou de corrupção, apenas uma medida disciplinar mais rigorosa (como suspensão prolongada ou exclusão definitiva do quadro de árbitros) seria eficaz.
Aparência de Solução: O afastamento temporário pode ser visto como uma forma de “esfriar” a situação e dar uma resposta imediata à pressão pública, sem, no entanto, resolver a raiz de um problema ético.
Porém, em casos de suspeita de má-fé, seria necessária uma investigação profunda para comprovar as intenções e os “interesses escusos”. Apenas a comprovação de corrupção (ou manipulação de resultados) levaria à punição adequada para impedir que o comportamento se repetisse.
O Que Seria Necessário em Caso de Má-Fé?
Se houvesse evidências ou forte suspeita de que as decisões foram tomadas de propósito para manipular resultados, as medidas deveriam ir além da capacitação técnica, incluindo:
Investigação Criminal e Esportiva: Ações legais e nos tribunais desportivos para apurar os motivos e comprovar a intenção.
Suspensão ou Banimento: A penalidade máxima seria a exclusão permanente do quadro de árbitros, impedindo que voltassem a atuar em qualquer partida profissional.
A divulgação irrestrita dos áudios e vídeos do VAR de todos os lances polêmicos (independentemente de ter havido revisão no monitor de campo) é uma exigência crescente que visa aumentar a transparência e coibir a má-fé, já que as decisões ficam mais expostas.
Em resumo, o sistema atual lida com o erro técnico através da reciclagem. O erro intencional ou a má-fé exige medidas disciplinares, éticas e, potencialmente, criminais.
Existe fundamento nas reclamações de São Paulo e Grêmio, os times prejudicados, é um questionamento que se faz?
Até jogadores adversários de manifestaram a favor Maicon, do Grêmio, que argumentou forte sobre o pênalti que ele teria cometido, mas, no lance ele estava com o braço recolhido ao corpo.
E, detalhes das reclamações do São Paulo 2 x 3 Palmeiras.
As reclamações do São Paulo e do Grêmio têm grande fundamento, e isso é reforçado pelo fato de a própria CBF ter afastado os árbitros centrais e de vídeo de duas partidas para reciclagem.
O consenso entre especialistas e a indignação dos clubes giram em torno de erros técnicos claros e, principalmente, da falta de critério e intervenção do VAR em lances que mudaram o rumo dos jogos.
A seguir, os detalhes das reclamações e o contexto dos lances:
1. Red Bull Bragantino 1 x 0 Grêmio: A Polêmica do Pênalti
A grande revolta do Grêmio se concentrou em dois lances principais, que foram cruciais para a derrota.
O Pênalti em Marlon
O lance mais controverso foi o pênalti marcado nos acréscimos do segundo tempo, que resultou no único gol da partida.
O Grêmio, através do jogador Marlon alegou que a bola desviou em seu peito antes de tocar em seu braço, que estava recolhido junto ao corpo. Marlon argumentou com veemência que a jogada não configurava pênalti, pedindo a profissionalização da arbitragem e chegando a dizer que o Grêmio estava sendo “roubado”.
A Decisão da Arbitragem/VAR: O árbitro de campo, Lucas Casagrande, não marcou a penalidade inicialmente. No entanto, o VAR (Gilberto Rodrigues Castro Junior) interveio e recomendou a revisão. Após a revisão, o árbitro reverteu a decisão e marcou o pênalti.
Justificativa da CBF/VAR: A análise divulgada pela CBF (e o VAR) alegou que houve um “movimento antinatural” do braço, justificando a marcação. Contudo, essa interpretação foi contestada por ex-árbitros e comentaristas, que afirmaram que o braço estava em posição natural e o pênalti foi indevido.
A Expulsão de Kannemann
Outro ponto de crítica foi a expulsão do zagueiro Kannemann no segundo tempo. O Grêmio reclamou que a advertência foi exagerada e influenciada por um histórico de desentendimentos do jogador com a arbitragem. A expulsão deixou o Grêmio com 10 jogadores, impactando a reta final do jogo.
2. São Paulo 2 x 3 Palmeiras: Erros de Pênalti e Expulsão
O São Paulo vencia o clássico por 2 a 0, mas o Palmeiras virou a partida. As reclamações tricolores se concentraram em dois lances capitais, que teriam impedido o time de abrir 3 a 0 ou ter vantagem numérica no placar.
Pênalti Não Marcado em Tapia
O lance ocorreu quando o São Paulo vencia por 2 a 0 e poderia ter ampliado o placar.
O Lance: O atacante são-paulino Gonzalo Tapia foi derrubado na área pelo jogador palmeirense Allan.
O São Paulo e diversos comentaristas alegaram que foi um pênalti claro não marcado.
O árbitro Ramon Abatti Abel não marcou a penalidade, e o VAR (Ilbert Estevam da Silva) não recomendou a revisão. Ex-árbitros analisaram o lance e concluíram que houve erro da arbitragem. A falha do VAR em sequer chamar a revisão foi um dos principais motivos da revolta.
Não Expulsão de Andreas Pereira
Três minutos após o pênalti não marcado, ocorreu outro lance que revoltou a diretoria são-paulina.
O meio-campista palmeirense Andreas Pereira acertou o tornozelo do são-paulino Marcos Antônio em uma entrada forte.
O São Paulo e muitos analistas pediram cartão vermelho direto por jogada violenta, mas Andreas Pereira recebeu apenas o cartão amarelo. O atacante Neymar chegou a comentar nas redes sociais que foi “erro atrás de erro”, referindo-se aos lances do clássico.
O São Paulo reclamou que a não expulsão de Andreas Pereira, somada ao pênalti perdido, foi fundamental para o Palmeiras conseguir a virada.
O afastamento imediato de todos os árbitros envolvidos nessas duas partidas é o reconhecimento da própria CBF de que houve erros de arbitragem significativos que merecem reavaliação.
A grande crítica dos clubes e da imprensa é que o afastamento, embora seja um sinal de que houve falha, não é transparente o suficiente (já que os áudios do VAR geralmente não são divulgados se o árbitro de campo não vai ao monitor) e não pune o suficiente, tratando a falha como apenas técnica, e não como um potencial problema de critério ou ética.
