OAB alerta para golpe que simula liberação de valores
OAB, Polícia Militar, Polícia Civil e Conselho de Segurança foram para o Calçadão para orientar as pessoas: a população deve desconfiar de contatos inesperados.
A (Ordem dos Advogados do Brasil) subseção de Francisco Beltrão realizou, quarta-feira, 19, uma ação de panfletagem no Calçadão Central, das 10h às 14h, para alertar a população sobre o chamado “golpe do falso advogado”.

A mobilização ocorreu simultaneamente em todo o Paraná. O ato contou com apoio e participação do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), do Procon, do delegado-chefe da 19ª SDP, Ricardo Moraes Faria dos Santos, do conselheiro estadual da OAB-PR Luiz Carlos D`Agostini Junior e demais policiais civis e militares.
A iniciativa integra um conjunto de ações diante do aumento de denúncias. A seccional estadual criou a Comissão de Inteligência contra o Golpe do Falso Advogado, que atua na prevenção e no apoio às autoridades na investigação dos casos já registrados. Também foram produzidas duas cartilhas: uma destinada ao público em geral e outra específica para a advocacia.
Como é o golpe
A presidente da subseção de Francisco Beltrão, advogada Raquel Nunes Bravo, explica que o golpe consiste em criminosos se passarem por profissionais do Direito para obter vantagem econômica. Segundo ela, trata-se de “uma modalidade de estelionato em que o criminoso se apresenta como o advogado da vítima, um funcionário do escritório ou alguém ligado ao Judiciário para obter vantagem econômica ilícita”.
Conforme Raquel, os golpistas acessam informações de processos por meio de consultas públicas ou sistemas eletrônicos. “Eles obtêm número do processo, nomes das partes e documentos, e utilizam fotos do advogado, logomarca do escritório e dados retirados de redes sociais para construir um perfil falso, principalmente no WhatsApp”, detalha.
Os criminosos podem ainda enviar documentos reais dos processos ou dados corretos da ação, o que aumenta o poder de convencimento. As abordagens costumam envolver falsos alvarás, promessas de liberações financeiras condicionadas a pagamentos e links que podem instalar softwares espiões. Em alguns casos, há relatos de uso de inteligência artificial para imitar a voz do advogado.
Orientações
A entidade reforça que a população deve desconfiar de contatos inesperados solicitando pagamentos; lembrar que a Justiça não cobra valores antecipados para liberar indenizações ou alvarás; não clicar em links suspeitos; confirmar a identidade do advogado; nunca fornecer senhas, dados bancários ou documentos por canais não habituais; bloquear e denunciar o número no WhatsApp.
A OAB-PR também lista sinais característicos de golpe, como mensagens urgentes sobre supostos valores disponíveis, pressão para pagamento imediato, solicitação de depósitos ou Pix e números desconhecidos utilizando fotos ou logomarcas reais.
Sobre registros formais, Raquel informa que ainda não há número consolidado de boletins. “Alguns casos acabam sendo registrados apenas como Boletim de Ocorrência quando não há vítima que pague o valor”, explica. Ela acrescenta que “um ofício será encaminhado ao setor de estatísticas da Polícia Civil e, quando tivermos retorno, vamos retomar o assunto. Inclusive, estamos montando um dossiê para encaminhar para Curitiba”.
Fonte: JdeB

