Cuidados no verão: O calor pode afetar a saúde de seu pet
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Sabemos que o frio pode causar sérios problemas de saúde aos animais de estimação. Muitos, como os peixes e tartarugas, podem parar de se alimentar, hibernar ou simplesmente morrer, por serem animais de “sangue frio”, onde a temperatura corporal acompanha as variações da temperatura ambiente, pois não possuem mecanismos termorreguladores (não regulam sua temperatura corporal). Este mesmo fator pode tornar-se um agravante em dias de temperaturas extremamente elevadas, principalmente em casos onde estes animais estejam expostos ao sol. Mesmo as aves e os mamíferos devem receber atenção para evitar as temperaturas elevadas.
Com a temperatura elevada, o teor de oxigênio presente no ar ou na água é mais baixo; com isso, a baixa taxa de oxigênio presente na água, explica as mortalidades em lagos ou aquários, onde haja grande número de peixes. O fato de os peixes estarem “boquejando” na superfície é sinal de falta de oxigênio dissolvido na água. Nestes casos, o uso de bombas ou equipamentos para aumentar a circulação da água é aconselhável. Vale salientar que a maioria das espécies de peixes não respira o ar atmosférico; quando estão na superfície, estão aproveitando os poucos milímetros de água, onde a concentração de oxigênio é maior, pois é, na superfície, onde ocorrem as trocas gasosas.
Animais mantidos em gaiolas, por descuido, podem, simplesmente, morrer de sede, hipertermia (aumento da temperatura corporal) ou desidratados pela ação do calor. Um animal de baixo peso corporal pode se desidratar em poucos minutos. Os hamsters e outros roedores jamais podem ser expostos ao sol ou calor elevado, pois geralmente são animais de hábitos noturnos, e mesmo sendo animais nativos de regiões desérticas ou muito quentes, vivem entocados em galerias profundas e frescas, durante o dia.
Alimentos mal conservados, cama úmida, falta de higiene com utensílios, pelos “enosados”, privação de água, presença de insetos, má circulação de ar, exposição prolongada ao sol, entre outros, são fatores que aumentam os riscos de doenças.
Os insetos, aracnídeos e vermes são animais – assim como os peixes e tartarugas – dependentes da temperatura ambiente, e se reproduzem aos milhares, em temperaturas mais elevadas. Por serem veículos transmissores de várias doenças, alguns insetos e vermes aparecem como um batalhão de um exército inimigo. São “inimigos” e, infelizmente, devem ser combatidos. O uso de vermífugos, produtos de higiene, desinfetantes e repelentes de insetos, próprios para animais, é indispensável nesta época do ano. Os microrganismos encontram, no verão, calor e umidade, ambiente ideal para sua reprodução e sobrevivência. Começam a surgir desde casos de dermatites (infecções de pele), até casos perigosos de enterites (infecção intestinal) e viroses.
Em cães e gatos, o surgimento de infestação por pulgas e carrapatos é comum e deve ser combatida. Existe uma grande variedade de produtos no mercado e é aconselhável procurar a orientação de um Médico Veterinário para indicar-lhe os produtos mais eficazes e seguros para o caso de seu animal. Cada caso é um quadro particular e deve ser tratado de acordo com sua necessidade. O mesmo serve para casos de dermatites, que podem ser causadas por vários agentes (podem ser sarnas, micoses ou bacterianas). Jamais utilize produtos que não sejam indicados para uso animal, sob risco de intoxicação. E cuidado! Existem produtos clandestinos (sem rótulos ou registros em órgãos competentes) sendo vendidos como substitutos de produtos de marcas reconhecidas. Estes produtos podem diminuir a imunidade e predispor o animal a doenças e podem causar intoxicação e morte.
A verminose é outro agravante e pode causar sérios danos à saúde. Cães, gatos, pássaros e até mesmo peixes, tartarugas, hamsters e outros animais, podem sofrer por infestações de vermes, que debilitam o animal, abrindo portas de entradas para outros agentes causadores de doenças, e podem até levar à morte.
Outro problema que deve ser lembrado é o calor das calçadas e asfaltos, durante passeios com seu cão. Isso pode queimar os coxins plantares (sola das patas) de forma muito séria.
Falando em contaminações e infestações parasitárias, temos um problema cultural muito sério. A confusão e o preconceito e paradigmas sobre o assunto, impede um melhor controle. Falar que alguém peca em higiene ou que seus animais estão infestados é quase um insulto. A falta de compreensão entre as diferenças de limpeza em uma visão macro (visível) e micro (invisível a olho nu), trazem uma série de transtornos. Já presenciei “limpeza” onde, visivelmente, estaria perfeita, mas que, na verdade, o que fora feito foi espalhar a contaminação por toda a área.
Por muitas vezes, uma contaminação é causada por uma pequena falha, por falta de conhecimento.
Quando se trata de microrganismos e não se tem a compreensão dos mecanismos de contaminação, da velocidade de reprodução, do ínfimo tamanho e das condições básicas, temos um sério e iminente problema. Contaminação microbiológica não é, simplesmente, “sujeira”; não é algo que se veja, é uma falha, é imperceptível. Em apenas 1 mm² (uma área do tamanho da cabeça de um alfinete, ou do sinal de ponto, no seu teclado), pode haver mais de 250 mil bactérias. Levando-se em consideração de que a cada 10 ou 20 minutos, em condições ideais de calor, nutriente e umidade, isso se duplica progressivamente (se reproduz); em apenas uma hora, podemos ter mais de 2 milhões de bactérias. Enquanto isso não for compreendido e aceito, continuaremos a ter intoxicações e infecções alimentares e todo tipo de complicações decorrentes destas falhas de manejo e higiene.
Cuide bem de seu animal de estimação; sua saúde, bem estar e beleza dependem de você.
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Claudemir
Dez pela matéria!
Muito instrutiva.
Parabéns!