Escola Diaconal São Lourenço
Dom Edgar Xavier Ertl – Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão-PR
Teve inicio no último dia 28 e segue até dia 30 de janeiro do corrente, na Casa de Formação Divino Mestre, em Francisco Beltrão/PR, a Escola Diaconal São Lourenço, suspensa desde 2020, em virtude da pandemia da covid-19, cuja aula inaugural foi em 7 de abril de 2019, com o “período propedêutico”. Nossa Escola Diocesana para o Diaconado Permanente a partir deste ano será coordenada e animada pelo Pe. Geraldo Macagnan, vigário-geral da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
Recomenda-nos a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “As dioceses ao criarem escolas diaconais, devem atender às exigências de formação específica para este ministério. A Escola Diaconal deve ser um espaço no qual os vocacionados possam desenvolver os requisitos que já possuem e tenham condições de suprir aqueles que lhes faltam” (Diretrizes para o Diaconado Permanente da Igreja do Brasil. Documentos da CNBB, n. 96, nn. 184.185).
Fundamentos bíblicos do Diaconado Permanente
São Lucas, no Livro dos Atos dos Apóstolos, descreve essa vocação e mistério: “Por essa ocasião, aumentando o número dos discípulos, os de língua grega começaram a murmurar contra os de língua hebraica, pois suas viúvas eram desatendidas no serviço diário. Os doze convocaram todos os discípulos e lhes disseram: ‘Não é justo que descuidemos a palavra de Deus para servir à mesa, portanto, irmãos, designai sete homens dos vossos, respeitados, dotados do Espírito e de prudência, e os encarregamos dessa tarefa. Nós nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra’. Todos aprovaram a proposta, e elegeram Estêvão, homem de fé e cheio do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau. Apresentaram-os aos apóstolos, oraram e lhes impuseram as mãos. A mensagem de Deus se difundia, em Jerusalém, crescia muito o número dos discípulos, e muitos sacerdotes abraçavam a fé (cf. At 6,1-7). Traduzindo à Igreja Diocesana: Esses homens escolhidos em suas paróquias devem ter a capacidade de colocar-se a serviço da Igreja, através do exercício da caridade, da evangelização e da ação litúrgica. O texto bíblico como em relevo o exercício da caridade que compreende a dedicação àquele que está mais próximo da dor do mundo, especialmente os pobres e vulneráveis.
O que esperamos, enfim, nos novos e futuros diáconos desta Igreja Local?
Que os Diáconos Permanentes “homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (At 6,3), continuem contribuindo, através de seu ministério e testemunho de fé e vida, para que Jesus Cristo, o Enviado e Servidor por Excelência, seja reconhecido e amado especialmente nos irmãos/as que mais necessitam em cada ambiente do espaço eclesial/diocesano. Que o pedido de São Paulo aos Colossenses seja, todavia, também a razão do ministério diaconal: “O que tiverdes de fazer, fazei-o de coração, como se estivésseis servindo ao Senhor, portanto, servi a Cristo, o Senhor!” (3,23). Este conselho do Apóstolo das Gentes, sirva-nos de referência e indicação pastoral, ou melhor, diaconal, servidores de Jesus Cristo, em prol de seu Reino, nesta Diocese que há 64 anos se fez porta-voz da mensagem do Evangelho, através de muitas pessoas e deseja continuar o Anúncio, de maneira especial, com os futuros Diáconos Permanentes.
O Documento de Aparecida lembra que os diáconos são chamados a servir a Igreja, acompanhando a formação de novas comunidades eclesiais, sendo apóstolos nas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e novas fronteiras da missão (cf. DAp. nn. 205 e 208). E, Francisco, bispo de Roma, faz seu apelo aos ministros ordenados: “Convido os irmãos bispos, sacerdotes e, de modo particular, os diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço aos pobres”.