Despedida na solidão
(Um poema de Cláudio Loes)
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Nas vielas desta vida passageira
Tenho um passado que se esvai na memória
Um presente que me mantém prisioneiro
E um futuro que sonha comigo outra existência
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Tudo parece sempre igual e vulgar
As paredes caiadas de maledicentes
As pedras atiradas que cobrem o chão
As dores suportadas em cada esquina
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O aroma bolorento de noites insones
Passa por todos os cantos e frestas
A roupa esfarrapada já não cobre nada
Porque o corpo já não existe mais
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Dureza estar assim tão vazio e sem rumo
Chegarei ao final… da jornada sem graça?
Terminarei com o coração apertado…
Não deveria ter levado a vida tão a sério…
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