As Políticas Ambientais e a Educação Ambiental
Ivonete Terezinha Tremea Plein
O ser humano é capaz de criar e destruir com tanta velocidade que a estrutura do planeta Terra, está a ponto de ser colapsada ou salva, pelas mesmas forças, mas por caminhos diferentes. Para a destruição dos recursos necessários à vida saudável é conhecido o caminho. Por outro lado, para a recuperação das possibilidades de vida, é necessário um esforço grandioso, conjunto e de sabedoria que, talvez, a humanidade não esteja disposta a realizar. “A crise ambiental anuncia uma mutação dos sentidos da vida. Morte e transfiguração; criação de novos sentidos para reconstruir a história a partir dos limites da modernidade” (Leff, 1998).
A educação ambiental tem sido apontada como forma de conscientizar o ser humano da sua importância e responsabilidade no meio em que vive e, do qual, é parte inseparável. De fato, a questão ambiental revela o retrato de uma crise pluridimensional que aponta para a exaustão de um determinado modelo de sociedade que produz, desproporcionalmente, mais problemas que soluções e, onde as soluções propostas, por sua parcialidade, limitação, interesse ou má fé, terminam se constituindo em nova fonte de problemas (Lima, 1999).
O modelo de desenvolvimento pautado, sobretudo, no econômico, faz com que a natureza seja vista apenas como recurso e meio de produção, excluindo-se o ser humano do seu contexto e comprometendo a vida humana no planeta. No Estado do Paraná, coexistem diferentes políticas ambientais, entre elas, estratégias e programas de educação ambiental. A Lei 17505 – 11 de janeiro de 2013, apresenta no seu artigo 12: “A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, interdisciplinar, transdisciplinar e transversal no currículo escolar de forma crítica, transformadora, emancipatória, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades”.
Os princípios dessa Lei salientam a diversidade cultural e a participação social, o que representa um dos desafios atuais para garantir a democracia e a ética na construção de uma sustentabilidade. No documento “Educação ambiental rumo à escola sustentável” os autores lembram que para a educação ambiental se efetive dentro das escolas e se torne ações sustentáveis na pratica cotidiana, é necessário o trabalho continuado, paciente e permanente. Nesse sentido, a educação ambiental deve ser interdisciplinar, e ter seus princípios a partir do local, considerando que “O saber ambiental reconhece a identidade de cada povo, sua cosmologia e seu saber tradicional como parte de suas formas culturais de apropriação de seu patrimônio de recursos naturais” (Leff, 1998).
As diretrizes adotam uma postura de que a interdisciplinaridade pode fortalecer as aprendizagens e contribuir para o melhor desenvolvimento dos conteúdos de forma contextualizada. Acredita-se que uma concepção mais libertadora de educação pode contribuir para uma educação ambiental mais efetiva.
No Brasil, a Lei N. 9.795, de 27 de abril de 1999, estabelece a necessidade da presença da educação ambiental, em todas as esferas, não só no ensino, mas também nas empresas, meios de comunicação, entidades de classe, entre outros. Dessa forma, fica evidenciado que apesar de mostrarmos aqui, leis e programas presentes nas diretrizes nacionais e estaduais há mais de duas décadas, é preeminente que a atuação prática seja mais intensa e que os resultados sejam duradouros.
É urgente que a educação ambiental seja parte integrante da sociedade, em todas as esferas, não como projetos e programas, repletos de atividades e imagens para divulgação de ações, mas sim, práticas reais de mudança de hábitos, cultura, produção e consumo, que faça a diferença de maneira concreta e rápida, porque já não nos resta muito tempo para realizar a mudança.
Nota: Texto completo publicado no livro “Meio ambiente e ecologia e suas perspectivas” disponível gratuitamente no endereço eletrônico: https://www.brazilianjournals.com.br/assets/ebooks/8R8Y0Mq2zJL1j0Zb90634VxEwDK5kps3.pdf
Ivonete T. T. Plein
Doutora em Geografia – UNIOESTE
Técnica em Assuntos Educacionais – UTFPR
Currículo: http://lattes.cnpq.br/5475663157110517
