Assembleia Legislativa: Mesa Executiva decide manter atividades no modelo híbrido
Decisão de adiar o retorno 100% presencial teve como base a preocupação das autoridades de saúde com as variantes do coronavírus.
ALEP
A Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná decidiu manter a realização das sessões plenárias e das reuniões de Comissões no modelo híbrido, pelo menos até o mês de outubro. A decisão de postergar o retorno dessas atividades de forma 100% presencial tem como base o alerta das autoridades de saúde em relação a variante Delta do coronavírus. Desde o fim do mês de julho, o Paraná tem confirmada a transmissão comunitária dessa cepa.
A expectativa era de que a partir da próxima terça-feira (24) tanto as sessões plenárias como as reuniões das Comissões voltassem a acontecer apenas de forma presencial, sem a possibilidade de participação remota. No entanto, uma nova análise do cenário da pandemia no Paraná e também em outros estados motivou a mudança dos planos. “Nós havíamos anunciado o retorno presencial das sessões para o dia 24, mas há uma nova variante que está preocupando. O Serviço Médico da Assembleia nos recomendou que não antecipássemos o retorno presencial da totalidade dos senhores deputados aqui na Casa”, explicou o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB) durante a sessão plenária do último dia 17.
Segundo Traiano, a situação da pandemia continuará sendo acompanhada pelos próximos meses para embasar novas decisões. “Nós imaginamos manter o modelo híbrido até meados do mês de outubro e, aí, a gente volta a tratar da questão, desde que a gente tenha uma situação mais controlada da pandemia”.
Delta – A transmissão comunitária da variante Delta no Paraná foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde no dia 28 de julho. A última atualização da secretaria, de 13 de agosto, confirma a existência de 56 casos da variante e a ocorrência de 18 mortes nas cidades de Apucarana, Curitiba, Piên, Fernandes Pinheiro, Araucária, Piraquara, São José dos Pinhais, Mandaguari, Irati, Imbituva, Colombo, Pinhais, Fazenda Rio Grande, Campo Mourão, Francisco Beltrão, Rolândia, Londrina e Cascavel.
No estado do Rio de Janeiro 60% dos pacientes com Covid foram contaminados pela variante, por isso a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro já trabalha com a possibilidade do enfrentamento de uma nova onda de contágio da Covid-19. Dados da Rede Genômica da Fiocruz mostram que, entre os sequenciamentos de amostras feitas pelo sistema no país, a Delta corresponde a 22,1% dos casos sequenciados em julho. Enquanto que em junho, esse total era de apenas 2,3%. É preciso considerar também que o sequenciamento ainda ocorre de forma desigual entre os estados brasileiros.
A variante Delta, identificada inicial na Índia em outubro de 2020, é uma das variações do vírus SARS-CoV-2 que apresenta mutações genéticas múltiplas. É denominada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de “variante de atenção/preocupação” por alterar o comportamento do coronavírus, ser mais transmissível do que outras linhagens. Não há evidencias, até o momento, de que as infecções causadas pela Delta provoquem casos mais graves ou maior chance de mortalidade.
O Paraná também tem a confirmação de um caso da variante Lambda em Londrina. A variante foi identificada no Peru no final de 2020 e é classificada pela OMS como “variante de interesse” pelo potencial de causar transmissão comunitária, que tenham sido detectadas em vários países ou cujos genomas tenham mutações com implicações em suas características.
Cuidados – Desde março de 2020, nenhuma atividade coletiva 100% presencial é realizada na Assembleia Legislativa do Paraná em decorrência da pandemia. Em fevereiro de 2021, o modelo híbrido permitiu a presença de alguns parlamentares no plenário e em reuniões de Comissões, mas de forma limitada e respeitando todos os protocolos sanitários, como o uso de máscaras de proteção e álcool em gel.