Psicologia

Autismo

O autismo, identificado pela primeira vez em 1943, vem sendo estudado por diversas áreas da ciência.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.

Trata-se de um complexo problema de causa ainda desconhecida. Suspeita-se de forte base genética e que afeta o desenvolvimento da criança. Cada criança com autismo é afetada em diferentes graus, variando de casos leves até casos com comprometimentos severos no desenvolvimento.

Crianças com autismo apresentam dificuldades em se relacionar com outras pessoas, dificuldades em se comunicar de maneira efetiva e apresentam comportamentos repetitivos, além de se interessarem por poucas coisas. Para elas, lidar com pessoas, com mudanças de rotinas e enfrentar um mundo tão imprevisível e dinâmico como o nosso pode ser algo que as deixem bastante ansiosas e confusas. Expressar suas necessidades, vontades e compartilhar com outras pessoas aquilo que elas gostam ou sentem pode ser especialmente difícil, assim como compreender o que as outras pessoas falam ou sentem.

É possível identificar alguns comportamentos típicos muito precocemente. As crianças com autismo frequentemente têm dificuldade em brincar de faz de conta, nas interações sociais e na comunicação. Atrasos no desenvolvimento podem ser sinal de alerta e necessitam de busca de profissionais que possam fazer avaliação.

Apesar de não existir cura para o autismo, essas pessoas podem aprender a lidar melhor com o mundo à sua volta. Podem aprender a se expressar melhor, a interagir melhor com as pessoas em casa e na escola, aprender a ler, a escrever, a brincar e serem mais independentes. Quanto mais precoce o diagnóstico melhor.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, crianças e adultos autistas podem fazer contato visual com outras pessoas. Algumas, ainda, conseguem manter um emprego de forma responsável, mantém uma relação estável com outras pessoas, casam-se e criam filhos.

Cuidar de uma criança autista pode ser, na maioria das vezes, exaustivo não só fisicamente, mas também emocionalmente. Desta maneira, é fundamental cercar-se de pessoas capazes de auxiliar nas decisões e buscar outras famílias para que a troca de experiência possa facilitar.

A utilização de terapia comportamental possibilita às crianças portadoras da síndrome uma interação com objetos e jogos, que auxiliam em seu raciocínio e resolução de problemas. O auxílio do psicólogo é fundamental para a instrução da família, tornando-os ativos no processo de decisão e percepção para o auxílio de seus filhos autistas.

Francieli Franzoni Melati

Francieli Franzoni Melati Psicóloga – CRP 08/9543 Francisco Beltrão - PR