AUTOMAÇÃO E O FUTURO DO TRABALHO
AUTOMAÇÃO, SIM. ROBOTIZAÇÃO DO SER HUMANO, NÃO.
Muitas interrogações suscitam debates sobre o futuro do trabalho, especialmente por conta do impacto da automação, decorrente dos avanços tecnológicos da quarta revolução industrial. Não se sabe ainda como as inovações já existentes poderão garantir trabalho para todos, tendo em vista a tendência de muitas atividades serem substituídas por outras que demandam crescente uso de máquinas mais sofisticadas, robôs e inteligência artificial. O que tem chamado a atenção de muitos especialistas é a velocidade com que esse processo está acontecendo, demandando novos estudos, em todas as partes do mundo.
O pesquisador de comunicação, em Nova Zelândia, Luke Munn, publicou recentemente um livro abordando essas questões, intitulado: “Automation is a Myth”. Em entrevista publicada por Digi Labour, ele afirma que “existe o mito de ‘automatizar tudo’, afirmando que as máquinas vão assumir a produção e suplantar os humanos. Mas longe de serem máquinas capazes de fazerem as coisas ‘por si mesmas’, as soluções técnicas são fragmentadas. Seu suporte e manutenção revelam o imenso trabalho humano por trás dos processos ‘autônomos'”. Com isso, ele minimiza os temores de que as máquinas serão uma ameaça aos seres humanos, não apenas substituindo-os em várias atividades, como, impondo controle sobre eles.
E acrescenta: “Há o mito da ‘automação em todos os lugares’, com tecnologias enquadradas como uma força localizada varrendo o globo. Mas essa ficção ignora as forças sociais, culturais e geográficas que moldam as tecnologias em nível local”. As inovações tecnológicas podem contribuir para melhorias e aperfeiçoamento das atividades humanas, mas sem que sejam utilizadas por outros interesses que não sejam o de promover tais melhorias, pois podem haver excessos que comprometam a dignidade do ser humano, e quanto a isso temos que estar atentos, e nossas legislações também, para coibir tais excessos e garantir que a tecnologia esteja para auxiliar o ser humano e não se voltar contra ele. Este talvez seja um dos grandes desafios do nosso tempo, para que possamos melhor aproveitar as possibilidades existentes, na promoção da vida e do ser humano.