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Com a alimentação saudável em alta, confira dicas para micro e pequenos negócios

Empresas que se adaptaram na busca por alimentos naturais e menos processados atingem resultados

Quando se trata de alimentação fora do lar, o setor é muito amplo e já passou por diversas tendências nas últimas décadas: a onda das paletas mexicanas, churros, pipocas, hambúrgueres artesanais e tantas outras. Em 2022, no período pós-pandemia, os consumidores mostram maior preocupação em manter a alimentação saudável, com menos alimentos processados e mais ingredientes naturais. Esse segmento vem crescendo entre os pequenos negócios.

Em nível de Brasil, entre os microempreendedores individuais, as atividades desse ramo que mais apresentaram aumento no primeiro semestre de 2021, se comparado com o mesmo período de 2020, estão a fabricação de produtos de padaria e confeitaria, com predominância de produção própria, com 50,8% de incremento. O setor de restaurantes apresentou um crescimento de 28,44%, seguido de lanchonetes que cresceu 23,66% e produção de alimentos para consumo domiciliar, com 22,62%.

“A inovação foi e vem sendo fundamental em todo o período da pandemia. Historicamente, vemos que os pequenos empreendedores possuem a flexibilidade de mudar de forma ágil e quando algo falha, é possível ajustar, mudar a rota e atender rapidamente o que o consumidor deseja”, pondera a coordenadora estadual de turismo do Sebrae Paraná, Patricia Albanez.  

Ela afirma que a preocupação com o que é consumido fora do lar deve seguir em alta. “Antes da pandemia, já observávamos vários estabelecimentos trabalhando com a temática da alimentação saudável e ainda assim a procura aumentou. Com o movimento de retomada, a preocupação com a segurança, com o preparo dos alimentos, seguirá sendo fundamental e os pequenos negócios precisam estar atentos”, completa Patricia Albanez. Em Pato Branco, na região Sudoeste, a Food Box – Alimentação Saudável aposta em refeições prontas para facilitar às pessoas com pouco tempo livre e que não cozinham. “Quero que os nossos produtos levem saúde até a mesa das pessoas que têm dificuldade na produção ou que buscam um estilo de vida saudável. Devido a pandemia, foi possível ver grandes esforços em se alimentar melhor”, comenta a empreendedora Paula Andréia Werle.

Por conta da pandemia, a empresária notou a dificuldade em encontrar produtos personalizados de acordo com a prescrição do nutricionista. “Frequentei diversos profissionais e, como cliente, percebi que o problema era na produção e nos ajustes a fazer. Notei que aqui na região nunca encontrei isso. Decidimos lançar esse novo produto durante a pandemia e a procura cresceu significativamente. Em apenas quatro meses, as refeições personalizadas foram responsáveis pelo crescimento de 30% do nosso faturamento”, ressalta.

Presente no mercado há quatro anos, a Food Box trabalha com cerca de 30 refeições saudáveis, elaboradas por profissionais, e utiliza o congelamento rápido para manter as propriedades e nutrientes dos alimentos. Além de Pato Branco, a empresa ainda atende outras seis cidades da região: Clevelândia, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Mangueirinha, São João e São Lourenço do Oeste (SC).

Confira a seguir dicas para micro ou pequenos negócios de alimentação fora do lar

1 – Cuidados na entrega: ter a opção de delivery exige muito mais preocupações do que só entregar o alimento. Como você está entregando esse alimento? Está bem embalado? Verifique se a embalagem escolhida preserva a qualidade e temperatura dos alimentos, se é sustentável, se a quantidade de plástico é reduzida. Não deixe de prestar atenção também a todos os cuidados que fazem o delivery ser uma boa experiência, como prazos, comunicação com o consumidor e cuidados com o entregador.

2 – Ofereça opções de pratos vegetarianos: existe uma crescente demanda por alimentos livre de carnes e derivados. É interessante que, mesmo que não seja o foco do restaurante, existam opções vegetarianas no cardápio. Além disso, é importante que essas opções sejam testadas e aprovadas. Há muitas possibilidades criativas e saborosas de receitas livres de alimentos de origem animal. Pesquise e faça adaptações.

3 – Alimentação diversa: outro movimento crescente é o da alimentação inclusiva para pessoas com restrições alimentares ou alergias. Glúten, leite, milho, soja, etc, podem causar mal-estar em pessoas intolerantes. Invista em opções no cardápio sem esses ingredientes e ganhe força sinalizando isso no cardápio. Já há padarias totalmente especializadas em alimentos sem glúten e sem leite. O cliente com essas restrições ainda tem poucas opções e acaba sendo fidelizado quando as encontra.

4 – Reveja o custo-benefício: comer fora de casa está caro: o seu cliente procura comida de verdade, sabor, qualidade e preço justo. Por outro lado, a inflação fez com que os alimentos aumentassem, subindo o custo para os empreendedores. Então, é hora de rever alguns itens e reformular algumas receitas. Por exemplo, no lugar do filé mignon com salada, você pode servir um bom pedaço de sobrecoxa desossada, por um preço mais atrativo, mantendo a qualidade.

5 – Novas experiências de consumo: tenha em mente que seu alimento começa a ser consumido pelo celular, por meio das redes sociais. Ali o cliente conhece, vê fotos, planeja a visita. A presença digital do restaurante passa pela humanização da produção, mostrando como é feita a escolha dos ingredientes, como são criados os pratos, como eles são empratados ou embalados. No dia da visita, a experiência se completa. É importante ser acolhedor e oferecer itens de segurança sanitária. Decoração, ventilação, iluminação, comunicação fazem toda diferença. Equilibre o ambiente com segurança e conforto. Oriente os funcionários, mantenha álcool nas mesas e lembre: a pandemia ainda não acabou.

 Legenda – Food Box atende sete cidades da região e é gerenciada pela empreendedora Paula Andréia Werle (Crédito: Raquel Zakaluka)

Assessoria de Imprensa Sebrae Paraná