Saúde

Dr Redimir Goya alerta sobre os danos do tabagismo

O dia 29 de Agosto considerado como o Dia Nacional de Combate ao Fumo que foi criado, em 1986, por intermédio da Lei Federal nº 7.488 tem como objetivo alertar a população, especialmente o jovem, sobre os malefícios advindos do uso dos produtos do tabaco e os benefícios alcançados por meio da cessação de fumar. O cigarro também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo

Desde a década de 1950 uso do tabaco passou a ser identificado como fator de risco para uma série de doenças mas somente na década de 1970, começaram a surgir movimentos de controle do tabagismo liderados por profissionais de saúde e sociedades médicas no Brasil.

O tabaco é uma planta (Nicotiana tabacum) cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa dependência. Há diversos produtos derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada n.º 46 de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar.

Tabagismo contribui para o desenvolvimento de câncer

O tabagismo é uma doença que contribui para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e pulmão.                                               

Outras doenças relacionadas ao hábito de fumar

Outras doenças relacionadas ao hábito de fumar: tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade e abortos em mulheres e homens, osteoporose, Infarto Agudo do miocárdio, Acidentes Vasculares Cerebrais, Insuficiências circulatórias periféricas, diabetes, catarata, gengiva estomatites, entre outras. Quase todas as doenças respiratórias são provocadas ou pioradas pelo tabaco. Importância maior deve ser dada ás doenças cardiovasculares, pela grande incidência e mortalidade.

Os produtos de tabaco que não produzem fumaça também estão associados ou são fator de risco para o desenvolvimento de todas as doenças relacionadas acima, ou seja qualquer forma de uso do tabaco pode ser prejudicial.

 A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. A OMS afirma ainda que cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.

No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. R$125.148 bilhões são os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia e 161.853 mortes anuais poderiam ser evitadas. Quanto às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo: 37.686 correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 à doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC).  O custo citado equivale a 23% do que o Brasil gastou, em 2020, com o enfrentamento à covid-19. O alto custo do tabagismo não inclui os gastos do SUS para tratar a dependência de nicotina, considerada uma das medidas médicas mais efetivas quando comparada com o tratamento das doenças causadas pelo uso de produtos do tabaco.

A Reforma Tributária, em debate no Congresso Nacional, representa uma oportunidade para acrescer o efeito do aumento de preços e impostos sobre tabaco como indutor da cessação de fumar e na prevenção da iniciação no tabagismo entre crianças e adolescentes. Também representa uma oportunidade para vincular recursos para garantir a implementação plena da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco no Brasil, incluindo a ampliação da cobertura do tratamento para cessação de fumar para as populações de menor renda e escolaridade, que concentram as maiores prevalências de fumantes”, reforça Tânia Cavalcante, secretária executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.  

 A atuação governamental, no nível federal, começou a institucionalizar-se em 1985 com a constituição do Grupo Assessor para o Controle do Tabagismo no Brasil e, em 1986, com a criação do Programa Nacional de Combate ao Fumo. Essa foi a primeira legislação, em âmbito federal, relacionada à regulamentação do tabagismo inaugurando a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva. Desde o final da década de 1980, sob a ótica da promoção da saúde, a gestão e a governança do controle do tabagismo no Brasil vêm sendo articuladas pelo Ministério da Saúde através do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o que inclui um conjunto de ações nacionais que compõem o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT).

 O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no Brasil seguindo um modelo lógico no qual ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, junto com o apoio à adoção ou cumprimento de medidas legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, principalmente entre crianças, adolescentes e jovens; para promover a cessação de fumar; e para proteger a população da exposição à fumaça ambiental do tabaco e reduzir o dano individual, social e ambiental dos produtos derivados do tabaco.

Comprometa-se em parar de Fumar

O tema da campanha deste ano reafirma o objetivo da proposta da Organização Mundial da Saúde para o Dia Mundial sem Tabaco, dia 31 de Maio, dando continuidade à campanha iniciada nesta data, cujo tema é “Comprometa-se a Parar de Fumar”. O tema – Comprometa-se a parar de fumar, tem como objetivo motivar os países a desenvolverem estratégias que auxiliem pelo menos 100 milhões de pessoas que são tabagistas a deixarem de fumar em todo o mundo.

 Tabagismo é uma doença

O tabagismo é uma doença classificada na Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10, 1997) caracterizado como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Oferecer tratamento aos que desejam parar de fumar é uma importante estratégia de controle do tabagismo. Um ambiente livre de tabaco diminui o risco de câncer e de outras doenças graves como a Covid-19. Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar menor o risco de adoecer. Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, como câncer, enfisema ou derrame. Esse momento de pandemia também pode ser um estímulo para o cuidado com a saúde, incluindo a cessação do tabagismo. A qualidade de vida melhora muito ao parar de fumar assim como a capacidade pulmonar, deixando a pessoa menos vulnerável a inúmeras doenças, dentre elas, a Covid-19.

Os dados citados acima foram retirados do Instituto Nacional do Câncer(INCA) que é o órgão responsável pela coordenação de todos os programas antitabagismo público.

Atendimento aos fumantes

Para finalizar, Dr. Redimir Goya reforça que a a prefeitura de Francisco Beltrão oferece atendimento a todos os fumantes que desejam parar de fumar. Trabalho este desenvolvido há mais de 10 anos e que é referência em todo o Estado. Este programa consta na participação de médicos, psicólogo, enfermeiros e é baseado nos protocolos recomendados em todo o mundo.