Elas, as belas…
(Uma crônica de Cláudio Loes)
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Estava lembrando daquelas viagens que fazia por rotina e sempre tive a graça de ter algo novo e divertido para fazer. Parar numa cidade pequena não tinha preço. Era diferente nos costumes, nas formas e, claro, havia, também, as mulheres belas na janela.
Daquela parada singular lembro até hoje.
O lugar não era muito iluminado, já era noite, e cada um se deliciava com sua escolha. Um relaxar depois de um dia de trabalho intenso.
Eu passava por aqueles vidros sem moldura e espiava. Alguns, dos mais antigos, tinham uma cortina que aumentava a sedução do desavisado.
Os amigos sempre diziam que deveria tomar todo o cuidado, se elas fossem douradas estariam mais apetitosas. E assim, segui olhando primeiro, passando por todas, para me decidir qual delas iria escolher.
Algumas reluziam como ouro; outras pareciam estar ali sem muita graça, até um tanto murchas. Outras vinham acompanhadas para tornar aquele momento único.
Enfim, a vontade foi aumentando e acabei tendo que me decidir, quando a mulher perguntou “vai uma coxa de galinha douradinha”?
Respondi que sim. E claro, sem deixar de pedir uma coca.
São elas, as belas; as belas lembranças de viagem.
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