Fragilidade
(Por Joceane Priamo)
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Eu ouço o soar de passos no assoalho.
Vagarosos como alguém que anda sem pressa,
O medo é um aliado da compreensão.
Mais um ano que passa
E a vida voa diante da lentidão.
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O tempo mostra que na mera existência
É impossível eternizar a aparência.
Às vezes quero encontrar com a morte,
Ninguém aceita que sua visita é um ato de sorte.
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Muitos falam da benção em viver tantos anos.
Benção? De quem? Já não faço meus planos?
Vivo com prazo de validade.
Logo, serei uma lembrança,
Quem sabe uma saudade.
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Não basta estar vivo para viver.
É preciso fazer as pazes com o mundo
Para que o simples faça sentido,
E a vida possa acontecer.
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