Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
Dom Edgar Xavier Ertl – Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
Dia 4 de junho, Solenidade da Santíssima Trindade. É o domingo de proclamar com fé: Bendito seja Deus Pai Criador, bendito o Filho unigênito Redentor e bendito o Espírito Santo que nos santifica com os Sete Dons. Deus foi misericordioso conosco, porque Ele é o Deus comunidade de amor, como dom de amor pelo Espírito Santo, em seu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador. O Apóstolo Paulo conclui a Segunda Carta aos Coríntios com a saudação a partir das três pessoas da Santíssima Trindade: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco” (2Cor 13,13).
A cada uma das pessoas, Paulo atribui um bem salvador especial: a Cristo a graça da salvação, ao Pai o amor manifestado na redenção do Filho, ao Espírito a participação do cristão na vida divina, fonte de comunhão dentro da comunidade de fé. Essa fórmula trinitária é toda singular do Novo Testamento, e que entrou como saudação na liturgia eucarística quando o presidente da celebração saúda a comunidade reunida e congregada em nome da Santíssima
Trindade.
O Dicionário de temas teológicos da Bíblia define que o mistério da Trindade, como a “verdade central da fé e da vida cristã, se refere à verdade de Deus em si mesmo, em sua vida íntima. É um mistério em sentido estrito, inacessível, portanto, à razão humana e que não foi manifestado abertamente aos homens antes da encarnação do Verbo” – Jesus Cristo.
“Seu conhecimento se tornou possível porque Deus o revelou em seu Filho, por meio do que ele, ao vir para a terra, fez e ensinou. Em Cristo, a plenitude da revelação, o mistério trinitário foi revelado, embora a fé possa percebê-lo apenas obscuramente. Ele se manifestará para o homem somente na vida eterna em Deus” (p. 1534).
Batizados no mistério trinitário no mandamento missionário que Jesus Cristo dirige aos apóstolos na Galileia, encontra-se um dos textos do Novo Testamento mais explícitos a respeito do mistério trinitário. No mandato missionário dos discípulos recomenda-lhes Jesus: “Ide, portanto, fazer discípulos entre todos os povos, batizando-os ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo” (Mt 28,19). Jesus toma a palavra, afirmando sua plena autoridade recebida de Deus. Em virtude desta, envia seus discípulos para a missão universal. Enfim, a expressão se tornará a fórmula cristã do batismo. O Filho e o Espírito Santo são equiparados ao Pai, dado que a consagração batismal é atribuída à ação unitária de todos os três. Como consequência, a vida dos cristãos batizados será uma vida de acordo com o ensinamento de Jesus.
Guiados pela Santíssima Trindade Cantou o Profeta Daniel: “Ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo louvemos e exaltemos pelos séculos sem fim” (Dn 3,56ss). Entendemos a Santíssima Trindade como uma comunidade perfeita, de amor e de comunhão. Deus é comunidade de amor. Repito aos leitores! “A comunidade perfeita”. Nela que deveríamos olhar quando constituímos comunidades, famílias e a sociedade.
A Trindade é a “melhor comunidade”, dizem os teólogos católicos. Na oração da “Coleta”, no início da celebração, ouvimos: “Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da Verdade – Jesus Cristo e o Espírito Santificador…”. No Creio/Credo, aos domingos, sempre recitamos “Creio em Deus Pai, criador do céu e da terra”. “Creio em Jesus Cristo, Seu único Filho, nosso Senhor” e “Creio no Espírito Santo, Senhor e dador da vida”. Na oração Eucarística, no Prefácio da missa da Trindade, rezamos: “Deus, nosso Pai Eterno, e Todo-poderoso, que com o Filho único Jesus Cristo e o Espírito Santo é um só Deus e um só Senhor. Não uma única Pessoa, mas três Pessoas num só Deus”. Esse é o mistério de nossa fé. No dia a dia, quantas vezes fazemos o Sinal de nossa fé, recordando o batismo: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”? E a oração à Santíssima Trindade: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, amém”?
Dom Edgar Xavier Ertl