Idiossincrasia Embriagada
(Claudemir M Moreira)
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Vejo sangue no limiar da minha sobrevivência
Vejo o receio que tem do valor da minha essência
Sua desconfiança ou repúdio, de mim, é medo!
Indissociável da compunção que sente
A diferença moral entre o que diz ser e o que eu sou, é um abismo
Não faço parte deste seu vil pretexto
O que aprendi da vida é que a fome da alma é seu pior pesadelo
Nega ao mundo sentir todas as dores
Não aceita o fato de que muitos, ao seu redor, não sejam verdes como as folhas
Aprenda, de uma vez, que muitos são caules, espinhos ou flores
Não… em sua concepção equivocada, jamais serei patriota
Pudera, luto por um mundo de igualdade, com menos fronteiras, impedimentos e bandeiras
Não preciso do abraço de quem, o bem comum, boicota
E que saiam de mim, ideias broncas como um escracho
E que afaste de mim, mente podre feito lebre esmagada em asfalto
E que leve de vez consigo toda sua fúria e todo ódio
E que me deixe com a certeza de que a verdade não zomba, apenas dói
E que sua mentira apenas sacia a sede daquele que nada de bom, realmente, constrói
A verdade nunca vence, de verdade
Mas é a única que me convence
A mentira é fábula, fácil de engolir,
Desce como um doce, e agrada
A realidade, arde, queima, dilacera, rasga
A verdade nunca vence, mas a sua tolice, esculacha…
A verdade é um axioma, redundantemente, tão óbvio…
A ilusão é efeito colateral da negação ao incontestável
Leva-se um povo, no cabresto, tão fácil
Cega-se uma nação com a insanidade das falácias
Eu enxergo, e não me deixo levar, tenho na mente algo, certamente, indubitável
Saia de mim, como um escarro
Erguer uma bandeira só faz de você, chauvinista
Afaste-se de mim com todo seu escárnio
Não sou canhoto, tampouco destro,
Mas o que eu também não sou, é burro.
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