Impactos da Mudança Climática nos Recursos Hídricos
O Brasil sofre as consequências das alterações climáticas, interferindo grandemente na capacidade de equilíbrio dos sistemas hídricos.
Por Ivonete T. T. Plein
Diante das mudanças climáticas do planeta Terra, se faz necessário observar as mudanças já perceptíveis no sistema hídrico brasileiro e mundial. “No contexto dos recursos hídricos, a mudança climática está alterando significativamente o ciclo hidrológico, adicionando uma incerteza significativa à disponibilidade hídrica em muitas regiões do planeta” (https://jornadadaagua.ana.gov.br/wp-content/uploads/2024/01/mudancas-climaticas_25012024-compressed-1.pdf).
A UNESCO informa que “O consumo mundial de água aumentou em seis vezes nos últimos cem anos, e continua a crescer de forma constante a uma taxa de cerca de 1% ao ano como resultado do aumento populacional, do desenvolvimento econômico e das mudanças nos padrões de consumo. Aliado a um abastecimento de água cada vez mais irregular e incerto, a mudança climática agravará a situação de regiões que já apresentam escassez de água, e provocará estresse hídrico em regiões onde os recursos hídricos atualmente ainda são abundantes” (https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000372882_por).
O Brasil sofre as consequências das alterações climáticas, interferindo grandemente na capacidade de equilíbrio dos sistemas hídricos. “Mudanças no clima que alterem o regime de chuvas e evaporação no Brasil provocam o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando o suprimento de recursos hídricos para todos” (https://jornadadaagua.ana.gov.br/wp-content/uploads/2024/01/mudancas-climaticas_25012024-compressed-1.pdf).
De acordo com ANA (https://www.gov.br/ana/pt-br), entre 2017 a 2020, 15 vezes mais pessoas, foram afetadas pelas secas e estiagens do que pelas cheias. Cerca de 89 milhões de pessoas foram afetadas por secas e estiagens no Brasil. Em 2020, mais de 10 milhões de pessoas foram afetadas por secas e estiagens no Brasil, sendo contabilizados 1.637 eventos neste ano. No entanto, é relevante lembrar que “A desertificação e a seca não são catástrofes naturais, mas processos provocados pelos modos sociais de apropriação da natureza e pelos padrões tecnológicos de exploração dos recursos” (Leff, 2015, p. 303).
De acordo com Nações Unidas Brasil (2022), com base em relatório (UNICEF; WHO, 2019) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aproximadamente 30% da população mundial não tem acesso à água potável em casa e em torno de 60% carecem de saneamento seguro. Entre as principais conclusões do relatório destaca-se: carência de dados sobre a qualidade de serviços de água e saneamento; as crianças dos países afetados por conflitos são as mais afetadas; as áreas rurais são as que menos dispõe de serviços de água potável e saneamento.
Analisando a realidade exposta pelos relatórios ambientais, torna-se clara a preocupação com a falta de água potável na maioria dos lugares, sendo uma das principais, se não a principal, preocupação atual para garantir a sobrevivência da humanidade na Terra.
Ivonete T. T. Plein
Técnica em Assuntos Educacionais – UTFPR – FB
Doutoranda em Geografia – UNIOESTE – FB
E-mail: ittp20@gmail.com
Currículo: http://lattes.cnpq.br/5475663157110517