GeralVia Poiesis

MATEMATICAMENTE, PERFEITO!

(Um poema de Cleusa Piovesan)

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Sob vários ângulos e perspectivas, e sob uma nova ótica,

Tento equacionar minha vida,

Observar meus catetos opostos a qualquer padronização,

Subtrair meus defeitos, multiplicar minhas vivências,

Dividir minhas experiências,

Adicionar mais valores a minha humilde existência,

Elevar meus ideais à potência máxima da sapiência.

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Será que é pelo valor de PI (π) que encontrarei meus valores?

Que circunferência abrange o eco de minhas conjecturas sociais?

Saberei, realmente, quais são minhas reais funções na vida?

Ou as funções de outrem em minha via de mão única e sem retorno?

Quem medirá o grau de intensidade de minha sismologia intelectual?

Sou gregário; sou falho, afinal!

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Quero extrair a raiz quadrada da árvore da ignorância,

Encubar pensamentos retangulares e padronizados,

Para acrescentar conhecimentos e desvendar minhas incógnitas.

Preciso encontrar a razão e a proporção de todas as coisas,

O mínimo e o máximo divisor comum, e também o multiplicador,

Para não me afogar nas águas turvas da inconsciência.

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Sigo caminhos paralelos que me deem segurança,

Mas também sigo pelos curvos, para poder me aventurar,

Estar, perpendicularmente, presa ao fio da vida.

Arriscar -me a resolver equações, usando a “fórmula de Bhaskara”,

De minhas relações unilaterais e poli arbitrárias,

E decidir o que está em primeiro ou em segundo grau em minhas prioridades.

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Meu círculo de relacionamentos tornou-se seleto,

Para abster-me de ouvir impropérios ou opiniões alienadas

E, piramidalmente, equilibrar-me.

Potencializei minhas escolhas, fracionei o que me interessa,

E coloquei cada coisa em seu valor posicional,

Para não ficar na “estaca zero” ou ser um “zero à esquerda”.

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E tudo poderá ficar, enfim, matematicamente, perfeito!

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Poema publicado em meu livro “Não diga que a poesia está perdida” (2016)

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