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O Brasil e a Copa

Reportagem da Folha de São Paulo, há poucos dias do início da Copa do Mundo, na Rússia, diz que o “desinteresse na Copa bate recorde e atinge 50% no Pais, mostra Datafolha”. Isso quer dizer, de algum modo, como está baixa a auto-estima dos brasileiros.

Depois do último campeonato mundial ocorrido o Brasil, em que a Alemanha bateu a nossa seleção por 7 x 1, ficou difícil recuperar a credibilidade, mesmo com uma melhor aceitação do técnico Tite.

Segundo o Datafolha, a marca de agora é a pior às vésperas do torneio, desde 1994, quando o instituto fez a pergunta pela primeira vez. O desinteresse pelo mundial da Rússia se destaca entre as mulheres (61%), pessoas de 35 a 44 anos (57%), moradores da região Sul (59%) e aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos (54%).”

E acrescenta: “Comparado com os valores de 1994, quando a comissão conquistou o tetra, a empolgação do brasileiro em relação ao tema, diminuiu drasticamente”. Mesmo assim, 48% dos entrevistados acreditam que o Brasil possa ganhar o hexa.

A pesquisa revela mais do que uma indiferença, mas o desencanto dos brasileiros, não apenas com o futebol, mas com a politica, e tantas outras instituições.

Vemos muitos brasileiros desejando sair do País, buscando melhores condições de vida lá fora, e não apenas isso, mas os próprios estrangeiros se desinteressaram de vir ao País, porque há uma grave crise de confiança, em nossas instituições. A Copa do Mundo sempre foi um símbolo da alegria dos brasileiros, ao contrário dos que pensam ser uma alienação. É o grande entretenimento de união nacional, que congrega pessoas de todas as idades. Sempre foi muito bonito de ver a população pintando as ruas de verde e amarelo, vibrando e torcendo por nossa seleção canarinho.

Por isso. Precisamos buscar voltar a sentir orgulho de sermos brasileiros, cobrando ética na vida pública menos corrupção e probidade administrativa. O Brasil é um país continental, abençoado por grandes riquezas naturais. Não pode ficar refém do derrotismo e dos malfeitores. Precisamos de uma educação que afirme a cultura da vida, o zelo pelo bem público, para que nossas crianças e jovens, formados por princípios nobres, possam ser estimulados, desde cedo, a estudar e a trabalhar pelo bem do país, com patriotismo, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos.

O Brasil já foi cinco vezes campeão da Copa, e não se entende o que tenha ocorrido em 2014, para uma humilhação e vergonha tão grande, em nosso próprio país.

Por isso, temos que buscar meios para prevalecer a esperança, em todos os campos, e também para que a alegria do futebol volte a contagiar o nosso povo.

A Copa do Mundo da Rússia é um novo momento para redescobrirmos a alegria do nosso futebol. Esperamos que nesse ano a seleção de Tite obtenha melhores resultados.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.