O SENTIDO DA VIDA
(Cleusa Piovesan)
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Por que silenciamos em vida e na hora da morte, na hora em que perdemos as pessoas que amamos, encontramos as palavras mais belas para descrever o que sentíamos por elas, o quanto foram importantes em nossas vidas e o quanto as admirávamos?
O sentido da vida está em ter muitos amigos em seu velório para chorar de saudade e de tristeza se você morrer antes deles e não aqueles que vêm para ter certeza de que você não terá mais chances de competir com eles e provar que sempre foi o melhor. Uma sala de velório lotada pode indicar sua impopularidade e não o seu carisma.
Não esperemos pelo último momento para declararmos nosso amor por alguém, ou mesmo, nossa raiva ou nossa decepção, pois só nos importamos quando as pessoas que amamos nos decepcionam ou nos fazem sentir raiva. Porque até nossa revolta tem de ser autêntica, não hipócrita!
Pense nisso! Mas não deixe de viver cada momento como se fosse o último, porque você pode estar perdendo de desfrutar os melhores momentos de sua vida com banalidades que não valem a pena.
Não devemos fazer nada para agradar aos outros, para não perdermos a nós mesmos, mas devemos ser compreensivos em nossos gestos, prudentes em nossas palavras e firmes em nossas ações, para que aqueles que convivem conosco saibam que temos personalidade, que valemos pelo que realizamos a cada dia e formamos nossa identidade moral, que permite a convivência em harmonia, que é pelo que seremos lembrados, quando esse corpo não mais existir.
No teatro de nossa existência, quando a máscara cair, que ela revele um rosto ainda mais belo do que aquele que nossa aparência terrena nos legou e possamos resplandecer para aqueles a quem deixaremos saudades eternas!
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Cleusa Piovesan – Doutoranda em Letras, Mestra em Letras, com graduação em Letras – Português/Inglês e em Pedagogia; organizadora de dois livros com alunos, e 12 obras de autoria própria; tem participação em mais de 50 antologias e coletâneas; é Acadêmica do Centro de Letras do Paraná, da Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas, da Associação Brasileira de Poetas Spinaístas, e do Centro de Letras de Francisco Beltrão.
