Pandemia digital
Uma pergunta que tenho recebido com certa frequência em muitos lugares é se a pandemia deixará lições permanentes no mercado de comunicação e, principalmente, de marketing. O primeiro ponto que vem na cabeça é, sem dúvidas, a digitalização de tudo. É aquela velha história da vida precisar dar um empurrãozinho inesperado para que tenhamos que, na obrigação, descobrir algo que já deveria ter sido feito há muito tempo. São os males que vem para o bem.
Tenho visto por aí muitos “cases” (no jargão profissional) de empresas que, por estarem impedidas de atender fisicamente, se obrigaram a utilizar os meios digitais. E uma pandemia que, além de todas as perdas e tristezas, ainda devastou muitos setores da economia, pôde pelo menos ensinar uma nova lição: o digital ajuda, expande, abre horizontes infinitos. E assim, essas empresas recuperaram e até aumentaram o faturamento em alguns casos, principalmente no setor do varejo. E agora, nunca mais serão as mesmas.
A comunicação digital tem um exemplo recente que virei fã. Fã em vários sentidos, inclusive. Descobri um tal de Shopee há um tempo atrás, nem me lembro onde. Mais um desses sites que vende de tudo, tudo mesmo, com vendedores de todos os cantos do Brasil e do mundo (mais ou menos na mesma linha do Mercado Livre, que inclusive precisarei falar da evolução gigantesca em outro texto por aqui). Eu, um “sem-muita-paciência” para algumas lojas físicas, gostei da ideia. Mas no começo não depositei toda a minha fé. Inclusive, tive certa desconfiança, ainda mais nesses tempos de golpes e mais golpes, afinal, nunca tinha ouvido falar. Porém, depois de algumas pesquisas rápidas, resolvi arriscar. Fiz algumas compras, utilizei aqueles maravilhosos cupons de frete grátis e deu tudo certo. Claro que hoje, depois de um outro patamar atingido, as coisas já mudaram um pouco. Os cupons de frete grátis já não são mais tão grátis assim. E são limitados. Mas tudo bem, era previsível.
Porém, a surpresa veio depois. Talvez até pelo crescimento natural, talvez até pela pandemia e a alta das compras via internet, a Shopee explodiu e apareceu em todo lugar. Filmes publicitários no horário nobre da TV, ações de merchandising em programas importantes, campanhas estreladas por grandes estrelas – a mais recente com Jackie Chan. Isso mesmo. Mas o negócio não é da China, não. Também há muitos vendedores brasileiros por lá.
Da Shopee até o empreendedor mais simples que hoje pode vender em qualquer uma dessas plataformas, a pandemia que tanto devastou e entristeceu, também deu um grande salto para um futuro que já existia e alguns insistiam em não abraçar. Lapsos de positividade para tentar tirar algo de bom em um dos piores momentos da nossa existência.
