Pepe
(Claudemir M Moreira)
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Por vezes, quis acreditar que houvesse vida após a morte,
Mas as mazelas da realidade humana, insana…
“São manifestações”, nos disse Freud, as chagas da vida cotidiana.
Por vezes, quis acreditar na evolução moral da raça humana,
Mas a crueldade, toda a arrogância; a sociedade é tão soberba…
E “é preciso morrer”, nos disse o velho, com toda sua humildade.
Por vezes, vi os loucos atentarem contra os que mais precisam.
Senti vontade de parar no tempo, jogar todas as coisas em algum canto.
Sempre fui pobre na vida, mas não na essência humana…
“Pobres são os que querem sempre mais”, nos disse o sábio, entretanto.
Por vezes, vi multidões desgovernadas implorando por justiça.
Senti na carne todos os percalços, todas as aflições; tudo que nos foi negado.
E “é miserável desperdiçar a vida para perder a liberdade”, lembrou-nos, com encanto.
É preciso ouvir os sábios, em silêncio; e o que realmente importa, seguir o seu legado.
A vida não tem volta, segue rápido de encontro à morte.
E “você acaba aprendendo muito mais com a dor do que com a prosperidade”
Uma vida de luta não deve ser esquecida, jamais desperdiçada…
A morte leva um corpo, mas um ideal permanece para a eternidade.
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