GeralVia Poiesis

Premeditado Karma

(Um poema de Claudemir M. Moreira)

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Quando ferir o sol, essa arma

E toda carta, que ninguém lê,

Ter, na virtude, meu karma

E na fadiga, engolir os dentes

E cuspir, na alma, todas as sementes

Que ninguém planta, que ninguém vê

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Ato, por ação, deliberado

Em reação, sentenciado…

Insubstancialidade da alma

Impermanência ao Dharma

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Poder cuspir minha alma

Sentenciar minha calma

Poder sentir minha falta

Concretizar minha fala

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Um anjo desceu e esmurrou o meu ouvido

Um demônio sorriu, me beijou…

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Mas quando lágrimas cobrirem o céu dos meus sonhos

Sentimentos virarem, por si, sementes

Poderei pisar em minha alma

Poderei cuspir minha fala

Poderei lamber minha cara

E incendiar minha calma

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Um anjo desceu e debochou tão incontido

Um demônio, tão ardil, consolou….

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E quando a dor dominar, enfim, minha mente

Quando fogo virar semente

Poderei viver minha calma

Reanimar minha alma

Sobreviver minha fala

Enlamear minha cara

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Anjos e demônios, agora, queimam ao sol

Alguns viram pó, outros viram sementes…

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Vou poder mentir para Samsara

Deliberar minha fala

Estremecer minha calma

Silenciar minha cara

Enfim, lavar minha alma

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E enquanto anjos viram pó…

Demônios viram sêmen!

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