PROGNOSE
(Claudemir M Moreira)
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Essa é a última página que eu vivo.
Iria deixá-la pura, em branco…
E eu estava cego, com meu ódio;
Nada mais ouvia, sequer os malditos em pranto.
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Aos poucos, vi as páginas do tempo retrocederem.
Tudo parecia sinal de mau agouro fenecido…
Tenho medo das lembranças que eu tenho,
E vergonha de todo o resto esquecido.
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Morrer, de certeza, todos vamos!
Mas contar os dias, todo dia, é tirania.
É covardia do destino; seu triunfo.
Armadilha do tempo; uma afronta!
E da morte… simplesmente… covardia…
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