RECRUDESCÊNCIA
(Por Claudemir M Moreira)
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Tudo o que me mantém vivo,
Nessa guerra cotidiana…
Tudo, do que mais preciso,
As vezes mente e me engana.
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Sinto as paredes tombarem sobre minha cama;
Sinto o chão tremer e arder em chamas;
Sinto o frio latente e minh’alma não reclama.
Sinto a vertigem de afundar nesse mar de lamas.
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O pesadelo lúdico sobe na memória;
A verdade se esconde, as vezes chora;
O esquecimento é ácido puro
Que aniquila de vez toda a minha história.
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O vazio que eu sinto é sempre tão constante;
Vidros estilhaçados de forma tão pujante…
Tiro certeiro que atravessa minha razão,
Leva consigo o que eu tenho perdido;
Acalma-se o tempo, ora regular, ora inconstante.
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Leva, de mim, todo o meu tempo.
Arrasta as correntes de todo tormento.
Leva, de vez, tudo o que eu sinto…
A dor é munição para o recrudescimento.
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