Geral

Reflexão

“A Sua Benção, Meu Pai”

“O homem justo leva uma vida íntegra; como são felizes os seus filhos!” (Provérbios 20:7).

A perspectiva da paternidade parece ter se desvanecido na mente de muitos. Na verdade, muito além da possibilidade biológica, ser pai nos remete à possibilidade e responsabilidade de um legado, uma continuação, um impacto geracional. Pena que muitos não percebem ou até não se importam com isso. Pior, a geração fast-food, imediatista, hedonista, pensa em sexo como prioridade e em filhos como acidente de percurso ou como uma tarefa indesejável para quem pretende apenas se dar bem.

Dura e fria esta análise, mas infelizmente, evidenciada no desfecho de muitos relacionamentos pós-modernos. Falando em pós-modernidade e relativizações, a meu ver, o conceito de paternidade foi esvaziado por perspectivas de pensamento que tentam invalidar o princípio familiar, as relações duradouras, a célula base da sociedade humana. A individualização das expectativas, o estilo de ser “umbigocêntrico”, a frenética “busca do eu” que deixa de conjugar o verbo vivencial no plural, fazendo do outro um ser marionetado, um objeto, e para muitos um brinquedo. Pasmem: há relacionamentos entre pais e filhos que se dão nesta perspectiva. Vi várias empresas deixarem de existir e perder solidez, nomes que ficaram na memória e endereços não mais perceptíveis. Suas marcas estão na lembrança, suas canções ou campanhas publicitárias indeléveis, mas, infelizmente, não efetivaram nenhum impacto presencial. Por quê? Porque o verdadeiro legado não se estabeleceu, porque a sequência familiar foi arrefecida diante da ausência de relacionamentos e exemplos nascedouros no berço. Enquanto se corria para, por assim dizer, “ganhar o mundo inteiro”, perdia-se a “alma”, o maior tesouro, os filhos. Legado não se estabelece na conta bancária ou no amealhar dos bens. Legado não se consolida no discurso que volta-se contra aquele que desmente a fala com a sua vivência. Legado não ultrapassa gerações quando a mentalidade é situacionista, imediatista, desprovida de princípios, projetos e visão de longo alcance. Legado não se estabelece sem a benção de Deus e sem a prática do princípio abençoador em nossas famílias.

A Bíblia diz que “O coração do homem faz planos mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor” Provérbios 16.9, o que nos mostra que podemos até ter planos e expectativas, mas se estes não estiverem alinhados aos de Deus, serão inócuos e não resistirão ao passar do tempo. Muito se fala sobre maldições geracionais e pouco se fala sobre as bênçãos geracionais.

Pois bem: gerações abençoadas emergem em famílias que entendem a responsabilidade de seu legado, em homens que efetivam a paternidade na perspectiva da continuação de si mesmo e do plano de Deus para suas vidas; sobretudo em homens que ministram de forma sacerdotal em suas casas, dando eles mesmos, antes dos demais, valor à benção de Deus.Homens que vivem conforme acabei de mencionar, voltarão a ver e ouvir os seus filhos a lhes dizer com solene admiração: A SUA BENÇÃO, MEU PAI.

Pastor Fernando Alberto- Comunidade Batista Betel- Francisco Beltrão