Só sobre gatas
(Cleusa Piovesan)
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Dizem que os gatos sempre caem em pé;
As “gatas” também!
Tem muito telhado para escalar por aí…
Para que se contentar em ficar só no forro?
E se for um “teto de zinco quente”, melhor ainda!
Sete vidas são poucas para tanta energia
E tanta vontade de viver intensamente.
Quando alguém ouvir os meus “miados” para lua
É sinal de que me tornei uma “gata parda”,
Camuflada pela pelagem e protegida pela escuridão.
Pode ser que eu ainda desça pela sua chaminé
E me aninhe em seu colo quente,
Ou pode ser que eu crave minhas garras em sua pele macia,
Tatuando meu desejo em seu corpo,
Ou que, simplesmente, eu seja uma “gata vadia”,
Dessas que vira latas,
Tão vira-lata,
Que desdenhe o pires de leite que você me oferece,
Por saber que mereço uma apetitosa sardinha.
Ou ainda, que eu seja uma “gata selvagem”,
Arrisca, indomável, que desperta suas fantasias mais obscuras,
E descubra os desejos mais secretos com meu olhar de lince,
E o hipnotize para que, subjugado,
Me conceda o prazer de, simplesmente, ser “uma gata no cio”!
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