Teorias & Fatos Históricos

UM POUCO SOBRE OS PROVÉRBIOS BÍBLICOS HISTORIADOS

Na Bíblia, o famoso Livro dos Provérbios, ao que tudo indica, foi escrito entre 727 e 698 a.C. em Judá, por uma classe de escribas ou mesmo de administradores. Frases breves com conselhos variados compõem o citado livro, um estilo de escrita comum em culturas variadas. J. W. Rogerson explica, que esses provérbios exaltam “observações humanas, eles são seculares e não religiosos.” Também adiciona que esse tipo de escrita, dava aos escribas obviamente um aprimoramento “na arte de escrever.” Voltando aos Provérbios bíblicos, os mesmos não são necessariamente reflexos de uma elite de escribas, mas de todo um contexto social ou mesmo familiar de um povo.

Outro ponto interessante, é que nessa escrita, as informações podem ser historiadas gradualmente, revelando comportamentos humanos bem cotidianos. Aspectos envolvendo propriedades de certa forma prósperas, um modo de vida “simples” e trabalho constante. Grande parte dos Provérbios se preocupa com isso, além de apontamentos de cunho moral (ou mesmo tabu), sobre o adultério e da prostituição. Até tem passagens sobre nobrezas e reis, mas de longe eles predominam nesse livro.

Além de conselhos aos leitores (levemos em conta que os “leitores”, as massas, nem de longe era os fiéis da época, pois nada liam, o acesso a leitura era muito distante em relação ao contexto da cultura oral) sobre condutas, também existem os conselhos de teológicos. Passagens maniqueístas (origem persa), de pólos opostos (bondade e maldade), também fazem parte dos Provérbios, indicando seu teor religioso mesclado ao social. E mesmo com o predomínio de passagens seculares, fica claro que existe um comando maior, onde Deus rege a vida das pessoas naqueles contextos específicos. Nos capítulos 22:17 e 24:22, respectivamente, temos uma curiosa semelhança com a cultura egípcia na escrita (de Amen-em-Opet, 1300 a.C., ou seja, uns 6 séculos antes dos livros dos Provérbios serem desenvolvidos). Isso indica que as bases dessa escrita pode ter sido comum entre povos distintos, ou mesmo, um bebeu do outro – algo comum em qualquer cultura, aliás, já que a “originalidade” é uma palavra bem complicada quando se trata de escritos antigos.

Referência bibliográfica:

ROGERSON, J. W. O que é a Bíblia. O livro de ouro da Bíblia: origens e mistérios do livro sagrado. Trad. Talita. M. Rodrigues. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2010.