Cristãos leigos e leigas chamados a serem sal da terra e luz do mundo!
Estamos no Ano Nacional do Laicato. São os cristãos leigos e leigas sal da terra e luz do mundo, ou seja, sal e luz na Igreja e na Sociedade. O Documento 105, da CNBB, protagoniza esta passagem bíblica de forma objetiva e profunda. Vejamos o texto:
“Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14), assim Jesus definiu seus discípulos e a missão que a eles conferiu. As imagens evangélicas do sal e da luz, embora se refiram indistintamente a todos os discípulos de Jesus são particularmente significativas se aplicadas aos cristãos leigos/as. Expressam sua inserção profunda e participação plena nas atividades e situações da comunidade humana, sobretudo, falam da novidade e originalidade de uma inserção e de uma participação destinadas à difusão do Evangelho que salva. Sal e luz, símbolos milenares de conservação e iluminação do que deve permanecer, continuar e durar, possuem significados densos, precisos e preciosos para a vida, a identidade, a espiritualidade e missão dos cristãos leigos e leigas. Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver. Os cristãos leigos e leigas, na Igreja e na sociedade, devem ter olhares luminosos e corações sábios, para gerar luz, sabedoria e sabor, como Jesus Cristo e seu Evangelho” (n. 13).
Sabemos que o sal comunica seu sabor e conserva os alimentos, mas pode se desvirtuar, perde o gosto, torna-se insosso. A luz ilumina todos, mas pode ser escondida. No texto de Mateus Jesus diz que a luz brilhe diante dos homens. Assim deve ser a comunidade cristã, nossa diocese e nossas paróquias. Irradiando luz e dando sabor às coisas que fazemos.
Destaco ainda uma reflexão muito simples feita há poucos dias pelo Papa Francisco acerca do sal e luz. Francisco aconselha que é preciso ter uma atitude de “humildade”, que consiste em tentar ser somente sal e luz, sem pretensões de atribuir a si qualquer mérito: Ser “sal para os outros, luz para os outros, porque o sal não dá sabor a si mesmo, sempre a serviço. A luz não ilumina a si mesma, sempre a serviço. Sal para os outros. Pouco sal que ajuda nas refeições, mas pouco”. Ser luz “para as pessoas, para ajudar nas horas de escuridão”, isto é ser cristão de todo os dias, mesmo sem procurar mérito, explicou o Pontífice.
À noite, quando vamos para casa, não dizemos: “Que boa a luz”, não. Ignoramos a luz, mas vivemos aquela luz que ilumina. Esta é a dimensão que faz com que nós cristãos sejamos anônimos na vida. Francisco ainda destacou que “não somos protagonistas dos nossos méritos”, reiterando que não é preciso fazer como o fariseu, que agradece ao Senhor pensando ser santo. “E uma bela oração para todos nós, no final do dia, seria se perguntar: ‘Fui sal hoje?’ ‘Fui luz hoje?’ Está é a santidade de todos os dias”. Que o Senhor nos ajude a entender isso, e sermos de fato sal e luz nos ambientes onde vivemos, celebramos e trabalhamos.
Como cristãos, somos chamados a viver como discípulos de Jesus Cristo em nosso dia a dia. A partir da sua vocação específica os cristãos leigos/as vivem o seguimento de Jesus na família, na comunidade eclesial, no trabalho profissional, na multiforme participação na sociedade civil, colaborando assim na construção de uma sociedade justa, solidária e pacífica, que seja sinal do Reino de Deus inaugurado por Jesus de Nazaré. Portanto, sal e luz na família – como lugar primordial, no mundo da política, no mundo das políticas públicas, especialmente nos Conselhos de Direito, no mundo do trabalho, no mundo da cultura e da educação, no mundo das comunicações, no cuidado com nossa Casa Comum – cuidado com o planeta, nosso meio ambiente. Sem contar as inúmeras atividades pastorais, onde os leigos são protagonistas como na catequese, MACs, Liturgia, Juventude, Pastoral da Criança, dos Idosos e inúmeras outras atividades diocesanas e paroquiais.
35ª Semana Teológica. Tema: Teologia do Laicato: 1º Modalidade: de 16 a 19 de julho. 2ª Modalidade: 20 a 22 de julho. Casa de Formação em Francisco Beltrão. Assessores: Dom Severino Clasen, de Caçado/SC e Diác. Renato Marochi, de Ponta Grossa/PR. Participemos!