Teorias & Fatos Históricos

DO PODER AO TERROR

Após a Segunda Guerra Mundial, o equilíbrio do poder passou ser visto como um equilíbrio de terror. Como assim? De acordo com determinados teóricos internacionais, antes da citada guerra, existia um equilíbrio de poder, mais precisamente, bélico. Após o conflito, sobretudo em relação às bombas atômicas lançadas sobre as cidades nipônicas Hiroshima e Nagasaki, passaram indicar que o terror estava no ar, pois o uso de bombas de destruição em massa ou mesmo “o lançamento dos mísseis de longo alcance em 1957 transformaram o modo como o poderio militar influencia a guerra e a paz”, explica o historiador Geoffrey Blainey.

A ideia de terror ficou ampla. Se antes pensar em guerra algo tenebroso, depois ficou ainda mais. Guerras com armas poderosas e implacáveis davam esse clima. Não é a toa que com a Guerra Fria, quando o mundo foi polarizado (EUA capitalista x URSS “socialista”), a correria tecnologia decolou, junto com armas e ameaças político-ideológicas, corrida espacial e desenvolvimento de incontáveis tecnologias, dando a entender que a qualquer momento alguma potência poderia usar uma bomba poderosa – o terror súbito tomaria conta. Sem contar que a retaliação ao se usar uma arma com tal poder, seria elevada.

Porém, essa noção de terror também existia noutros moldes no começo do século passado. Sir Edward Grey, observou que um conflito de proporções gigantescas pela Europa poderia acabar de fato com aquilo que chamamos de civilização. A Primeira Grande Guerra sem dúvida foi devastadora. Décadas mais tarde, Hitler foi avisado por Neville Chamberlain sobre um conflito que “pode acabar com a civilização.” Algo bem óbvio. Isso quer dizer, que o tal equilíbrio do terror não serve apenas para os tempos atuais, mas servia desde o século anterior.