Reabilitação pós-Covid: como a alimentação pode ajudar?
Após mais de um ano do início da pandemia da Covid-19, todos nós imaginávamos que, a esta altura, já estaríamos livres da doença. Infelizmente isso não aconteceu e, agora conhecemos quais a consequências podemos desenvolver pós contágio do vírus, por isso é importante conhecermos os melhores cuidados na fase de recuperação do problema, e isso inclui adaptações na alimentação.
Já sabemos que ter idade avançada, doenças crônicas (como hipertensão e diabetes) e excesso de peso aumenta o risco de complicações pela Covid-19. E evidências apontam que alimentação desequilibrada, sedentarismo, excesso de bebida alcoólica e tabagismo apresentem uma relação indireta com a maior gravidade da doença.
Durante a fase de internação hospitalar e, principalmente, na reabilitação em casa, os cuidados com a alimentação influenciam a recuperação e a qualidade de vida de quem encarou de perto o coronavírus. O longo período de isolamento, leva a uma baixa ingesta alimentar e quadro inflamatório. Nessas circunstâncias é importante uma alimentação balanceada e enriquecida com proteínas, para garantir uma boa recuperação sem perda de massa muscular.
Outro ponto de atenção é que se mostra bastante comum o aumento nos níveis de açúcar no sangue durante e após a infecção pelo coronavírus. A hiperglicemia, como chamamos o quadro, está presente em diversas infecções e, no caso da Covid-19, também tem sido associada à ingestão inadequada de proteínas, fibras e micronutrientes como os minerais zinco e selênio e as vitaminas D, C e B12, sobretudo na presença de diabetes.
Vale notar que os efeitos da hiperglicemia podem ser potencializados por uma má alimentação. Porém, o consumo de calorias e nutrientes em quantidade adequada, principalmente acompanhado por um profissional nutricionista, ajude a restabelecer o controle glicêmico nesse contexto.
Em publicação recente no periódico Clinical Nutrition, o consumo balanceado de fontes de proteína teve destaque positivo na recuperação dos doentes. Os autores destacam que ovos, carnes, peixes e frutos do mar, bem como frutas, verduras e castanhas, foram os alimentos que, ingeridos rotineiramente, mais favoreceram a melhora.
Tudo isso também tem a ver com o impacto de um cardápio saudável e diversificado no fortalecimento do sistema imunológico. Tem ficado cada vez mais claro que uma dieta e um estilo de vida equilibrado contribui não só na prevenção, mas também na recuperação da Covid-19.
Alguns nutrientes são especialmente bem vindos nesse momento. Podemos destacar as vitaminas A, C, D e E, algumas do complexo B, ferro, magnésio, zinco, selênio e os ácidos graxos ômega 3. O zinco auxilia inibindo a replicação de vírus, enquanto vitaminas têm ação antioxidante, protegendo o organismo contra estresse oxidativo causado por infecções, e o fortalecimento do sistema imunológico. Já ômega-3, gordura de pescados e sementes, por sua vez, ajuda a modular processos inflamatórios.
A vitamina D, obtida pelo sol e de carnes, ovos e laticínios, por exemplo, auxilia o sistema imune porque participa da liberação de substâncias que combatem microorganismos e na formação de novas células. Alguns estudos sugerem que a deficiência dessa vitamina está associada a quadros mais sérios de Covid.
Varie os alimentos consumidos, experimente pães integrais, massas, arroz ou cereais. Também não se esqueça das frutas, legumes e verduras em todas as refeições. Desta forma evita maiores sequelas da doença e auxilia para retomarmos a rotina diária de nossas atividades.