Educação

A AUTOMAÇÃO DO TRABALHO

Dentre as várias características do tempo atual, está a crescente automação do trabalho, no contexto da 4ª revolução industrial. Isso tem causado preocupações e tem sido objeto de debate entre especialistas, pelas consequências desse processo, que poderá comprometer muitos postos de trabalho e deixar uma parte da população sem emprego. Nem todos terão meios, nem capacidade, para se adaptar a essas novas exigências da sociedade. Em artigo publicado por Elisa Rosa, mestra em comunicação e analista do Sebrae nacional “A quarta revolução industrial e o futuro do trabalho”, ela afirma que “estamos vivendo uma transformação radical no jeito como trabalhamos. Automação e máquinas pensantes já estão substituindo trabalhos e estão mudando as habilidades que as empresas estão procurando nas pessoas”. E dá um exemplo: “Os carros autônomos já são uma realidade. Uber, Google e Tesla estão investindo pesadamente nessa tecnologia e esses veículos estão em fase de testes. E como ficará o emprego dos motoristas quando esses carros autônomos começarem a circular? Apenas hoje, no Brasil, temos mais de 500 mil motoristas de Uber. Imagine o número total, se somarmos os motoristas de táxis, de caminhões, particulares e de empresas”. Tudo isso tem levado a estudos sobre busca de minimizar o impacto dessas mudanças. Nesse sentido, a Educação também pode desempenhar um papel importante, em viabilizar uma capacitação para um maior número de pessoas, que permitam se adaptar às novas alternativas que certamente existirão no mercado.

É preciso que mais pessoas tenham acesso à internet, pois a tendência também é crescer ainda mais o trabalho on line (o chamado teletrabalho), em diversos campos da sociedade. Muitos profissionais terão que disputar vagas de trabalho com máquinas e robôs, a Inteligência Artificial. Diz Elisa Rosa que “no Japão existem hotéis cujos recepcionistas são robôs. Do limpador da vidraça até o cortador de grama, as tarefas  foram automatizadas. Segundo o gerente do estabelecimento, naquele hotel, até 90% dos robôs podem substituir as tarefas desempenhadas pelos humanos. Nós não estamos em um momento que podemos nos sentar e esperar que os eventos se desenrolem. Para estarmos preparados para o futuro, precisamos entender o que está acontecendo agora”. É importante preparar a nova geração para essa realidade, porque as sobrevivências de muitos dependerão de como souberem lidar com essa nova realidade.

O importante é que os governos e empresas encontrem uma forma de não tornar o trabalho tão desumanizado, porque as vidas humanas é o que importa preservar prioritariamente. Não podemos ficar vulneráveis a uma lógica puramente utilitária e pragmática, que não leve em conta o valor da pessoa humana. É um grande desafio para todos, especialmente educadores, não somente a reflexão disso tudo, mas também o de encontrar meios para garantir oportunidades de trabalho com dignidade para todos. As máquinas podem ajudar muito como auxiliares, mas não para substituir o trabalho humano. Afinal – como afirma a analista do SEBRAE nacional, “vamos continuar precisando de empregos para fazer a economia girar. Então, essa resposta terá que vir de nós mesmos. Temos que reconhecer as mudanças que estão acontecendo e caminhar lado a lado.  Precisamos pensar sobre como auxiliar como os pequenos negócios do Brasil podem começar a movimentar num ritmo diferente e desenhar novos tipos de empregos que ainda serão importantes na era da robótica”.   

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.                  

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.