Educação

A CRUELDADE DO ABORTO *Prof. Dr. Valmor Bolan

Uma menina de 10 anos foi vítima de estupro e ficou grávida, estando já com 23 semanas (cinco meses), quando foi levada para fazer o aborto, no estado do Espírito Santo. No entanto, os médicos avaliaram a situação e se recusaram a fazer o procedimento, tendo em vista o avançado da gravidez, com a criança já todo formada em seu ventre. Os médicos alegaram impedimento moral, objeção  de consciência. Ativistas feministas e defensoras do aborto providenciaram então a sua ida para Pernambuco, com viagem paga de avião, para que ela fosse levada ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), cujo diretor clínico é o conhecido médico, Dr. Olímpio Moraes Filho. O bebê de 23 semanas estava com 500 gramas e poderia ter tido a oportunidade de viver, se não lhe tivesse sido injetado cloreto de potássio em seu coração, interrompendo assim a sua vida. Grupos religiosos também se manifestaram na porta do hospital, mas infelizmente nada foi possível fazer para evitar mais esse assassinato de um ser humano sem defesa. O caso teve repercussão nacional. Com 23 semanas já não se tratou de aborto, mas de assassinato, infanticídio, o que chocou a muitos pela barbaridade, embora o hospital tenha se amparado na Lei. Observe-se que nem sempre o que é legal é moral. E caso recentemente a França aprovou uma lei, permitindo o aborto até o 9º mês, e em vários países vamos assistindo crescer uma mentalidade não apenas de indiferença à vida humana, mas de atentado à dignidade da pessoa humana, principalmente as mais fragilizadas. Precisamos estar vigilantes quanto a essa mentalidade desumana e afirmar os princípios e valores que preservam a vida.

Dom Ricardo Hoepers, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, assim se expressou a respeito do caso: “Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida? Foram muitos os envolvidos, mas o silêncio e omissão dos órgãos institucionais que têm a prerrogativa de defender a vida se entregaram às manobras de quem defende a morte de inocentes. Por quê? É uma história que precisa ser esclarecida. É um processo que precisa ser desvendado. Duas crianças que poderiam viver… teve laudo técnico a favor da vida, teve suporte profissional a favor da vida, teve hospital disposto a cuidar até o fim da gestação, tiveram todas as condições de salvar as duas vidas, mas, de repente, uma transferência, de um Estado para o outro, e toda uma mobilização para que o aborto fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina, quem decidiu tudo por ela? Por que a obsessão de apresentar uma única saída? Por que burlar as leis para alcançar esse objetivo de usar de uma criança para um intento assassino?”

Realmente o caso entristeceu a muitos pela banalização da vida, do sentido da vida, do desprezo pelo valor da vida humana. O aborto é um erro, porque resolve um problema da pior forma possível. A mãe (em qualquer circunstância) precisa de apoio e não de ser submetida à nova violência, para lhe trazer mais traumas ainda. A penalização do estuprador ficou em segundo plano. A mulher acaba sendo a grande vítima. Precisamos, portanto mudar essa mentalidade contra a vida, para que o ser humano seja valorizado pelo que é, em toda a sua dignidade.

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.