Teorias & Fatos Históricos

A CRISE DE 1929 E SUAS SEQUELAS NA SOCIEDADE

Há mais de um século, contextualizando, os Estados Unidos da América mostrava que o mercado de valores tinha alçado níveis grandiosos. Ações acabaram tendo preços atrativos – eis que cerca de milhão de indivíduos entraram naquele universo da especulação financeira, acreditando que investir na Bolsa de Valores era a garantia de enriquecer. Ganhar tanto em espaço curto de tempo fez criar uma bola de neve. Nas oscilações do mercado, veio o grande boom – e endividamentos. A Grande Depressão de 1929 acabou com a economia dos EUA e seu reflexo foi estrondoso.

As consequências na sociedade (o foco do artigo) foram colossais e as perdas de cunho financeiro foram sepulcrais. Tanto investidores, quanto bancos, sofreram com um declínio financeiro sem precedentes – estes últimos emprestaram altos valores monetários para fazendeiros – endividados, não tinham condições de pagar. Os bancos iam decaindo cada vez mais, já que os clientes iam removendo seus depósitos – pra evitarem uma quebra pessoal, portanto, já previam uma falência a caminho. O desastre assustava: por volta de 14.000 bancos faliram entre as décadas de 1920-30. Isso significou que o mercado teve grande baixa nos fundos (afetando inclusive, o setor industrial estadunidense). A queda livre foi minando a indústria do aço, e a dos automóveis não escapou: -70% da produção. Somando as exportações em queda, o desemprego chegou na estratosfera: no ano de 1930, era de 16% – três depois, chegou 25% a taxa de desempregados. Os que ainda tinham emprego, tiveram que se conformar com a redução no salário.

Morgana Gomes explica ainda: “Outro problema enfrentado foi a deflação (queda do preço dos produtos e do custo de vida em geral) ocasionada pelo excesso de produtos que excedia amplamente a demanda.” De um lado, produtos de cunho agropecuário tiveram seus preços cortados pela metade, enquanto os industrializados girou nos 25% – o excedente fazia o preço cair muito.

Naquele turbilhão de desespero socioeconômico, ocorreram episódios “de suicídio, por parte de empresários, acionistas e investidores em geral”, diz Gomes, que complementa, “além de outros civis que, com a crise, haviam se endividado ou não tinham nenhuma forma de sustento, [os suicídios] se tornaram bastante comuns.”

Referência Bibliográfica:

GOMES, Morgana. E o mundo quebrou. Leituras na História, São Paulo: Escala, ed. 103, p. 28-37, 2017.