Geral

A De longe

Veio da fronteira Brasil, Argentina, Paraguai, distante muito distante.
Lutou contra si, contra os preconceitos atribuídos, tornando sua juventude quase infernal. Trajetória de vida conturbada, querendo por longo tempo provar o contrário até se libertar.
Nascida de uma família de oito irmãos, pai, mãe, por ordem a quinta sendo quatro homens e quatro mulheres.
Família humilde, início de vida difícil, mas pai e mãe sempre pensando no melhor.
Proprietário de uma pequena área agrícola próxima a cidade em que vivíamos, passava a semana trabalhando, quando voltava dizia: “esta vida não está fácil, você tomando conta das crianças sozinha, estou vendo que os meninos devem ir para um colégio agrícola.” E assim fizeram, dois deles foram.
Nós meninas, com idade escolar frequentávamos escola pública disciplinada.
Mais adiante quando os irmãos terminaram o colegial rural foi vendido o sítio, um deles foi trabalhar na bilheteria de um correio, anexo havia souvenir. Até que um dia ele falou que o proprietário queria vender para seguir outra profissão.
Foi adquirido a loja de souvenir e formada empresa familiar, realização dos projetos de pai e mãe.
A vida seguiu, já me tornava mocinha, pronta para me divertir, aproveitar a juventude, dividir com os amigos no mesmo esplendor.
Os acontecimentos aumentavam acada dia, junto com a loja montaram também uma banca de revistas, sorte minha, deixava de comer para ler, não são todos que gostam infelizmente.
Livro sobre sexo, estes não tinha, mas líamos com chave na porta do quarto na casa de uma amiga. Seu irmão mandava da capital onde estudava. Era um quebra cabeça, não sabíamos o significado das palavras.
Adolescência compreendida incompreendida, tem uns que passam bem, a minha foi uma bucha de canhão.
No final desses fragmentos, cacos, você pode construir um belo castelo, nem que seja de sonhos dentro de você.