Educação

A “NOVA NORMALIDADE”

Ainda incerto quando cessará o período de quarentena, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, muito tem se especulado sobre como será o dia-a-dia, após esse período de isolamento social. Muitos se queixam quanto às medidas tomadas, se realmente deveriam ter sido tão drásticas, principalmente quanto ao fechamento do comércio, que acarretou enormes perdas financeiras, com falências de pequenas e médias empresas e desemprego. Além disso, as escolas permaneceram fechadas (devendo reabrir, parcialmente, provavelmente em setembro), também as igrejas e tantos outros espaços de sociabilidade humana. A pandemia causou um transtorno sem precedentes na História, desde a Segunda Guerra Mundial, com conseqüências ainda bastante imprevisíveis, quanto aos efeitos das medidas tomadas para evitar o contágio entre as pessoas (daí o uso massivo das máscaras) e a proliferação do novo coronavírus.

Muito se fala sobre as mudanças de comportamento provocadas pelas medidas de distanciamento social, em que restaurantes, supermercados, lojas e outros estabelecimentos deverão fazer marcas para que as pessoas obedeçam aos protocolos sanitários exigidos de distância um do outro, além da colocação de álcool gel e outros produtos de higiene, etc. E ainda as restrições dos chamados grupos de risco e dos idosos, que acentuou o isolamento de muitos, numa situação de fragilidade, seja por enfermidade crônica ou velhice. Mesmo assim, muitos têm buscado superar as dificuldades, para dar conta dos desafios, manter o trabalho e o cuidado da família, em meio a tudo isso.

O que não podemos aceitar é que estas novas regras, caracterizando uma “nova normalidade” não seja algo que venha para ficar, mas que seja realmente provisória, para que não haja uma desumanização nas relações entre as pessoas. A pandemia não pode ser pretexto para um distanciamento permanente, comprometendo assim a solidariedade. Por isso temos um grande desafio à nossa frente: superar as dificuldades do momento, sem que se perca o que temos de mais humano. A “nova normalidade” não pode ser uma regra de conduta que nos escravize a um estilo de vida antinatural. Faz-se necessário o discernimento para que saibamos distinguir entre o que é preciso fazer para se preservar do vírus e o que se deve valorizar em termos de interação e proximidade humanas. Que venha a vacina e nos livre desse terrível pesadelo.

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.