Beltrão

Acefb: duas belas histórias de vínculo com a entidade que representa a classe empresarial de Francisco Beltrão

Da assessoria/Acefb – A Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb) instituiu em 1997 duas homenagens, a “Homenagem por Relevantes Serviços Prestados à Classe Empresarial e à entidade de Francisco Beltrão” e a “Homenagem por relevantes serviços prestados à comunidade”. O ato acontece junto com a cerimônia de transmissão de cargo e posse da nova diretoria. As homenagens foram prestadas no mês passado, na Cabana Manhare, durante a posse da nova diretoria da entidade – gestão 2018 a 2020.

A seguir, empresários e fundadores das empresas Retífica Sanderson e Rede Leve relatam como colaboraram [e colaboram] para impulsionar o desenvolvimento do Município e região Sudoeste do Paraná.

 

Dona Lida Sanderson recebe de Marcos Guerra, ex-presidente da Acefb, o troféu, ao lado de Mariza e do esposo Mano Sanderson.

A família Sanderson, de origem norte-americana, chegou em Francisco Beltrão em 1953, vindos de Xaxim, Santa Catarina. Nelson Sanderson, falecido em 30 de julho do ano 2000, com 74 anos, e dona Lida Sanderson, hoje com 83 anos de idade, tiveram seis filhos (dois homens e quatro mulheres). “Chegamos aqui, ainda era Vila Marrecas, com duas malas, uma cama e um fogão. Começamos a trabalhar e sempre tivemos a graça de Deus e conseguimos criar nossos filhos”, sorri dona Lida. 

André Sanderson, o Mano, lembra que seu Nelson Sanderson era “bairrista”, defendia as cores de Francisco Beltrão. “Ele não gostava muito quando a gente fazia investimentos fora da cidade, ele dizia que a gente tinha que investir aqui”.

Contribuição para a sociedade regional 

“Nesses 65 anos que estamos em Beltrão [completa neste mês de julho], a gente fez uma marca muito forte. Temos funcionários com 30, 40 anos de casa, a gente preza pelas pessoas daqui. Temos um respeito imenso por todas as pessoas que iniciaram com meu pai e minha mãe essa linda história. Não foi fácil naquela época, tudo que a gente precisava tinha que buscar em Curitiba e São Paulo. Para pagar, por exemplo, uma duplicata em Pato Branco, demorava um dia, se não chovesse”, destaca Mano.

Apoio ao futebol local 

“Meu pai sempre participou apoiando o Real, o Industrial e anos mais tarde o extinto Francisco Beltrão Futebol Clube. Ele ia no barranco (arquibancada descoberta) do estádio Anilado e se empolgava, dizia para os jogadores: é 500 conto por um gol”, recorda-se Mano. “Tudo isso trouxe uma boa divulgação para nossa empresa”. Mano observa o quanto a cidade expandiu nos últimos anos. “A gente que vive aqui percebe o crescimento rápido. Ficamos muito felizes por estar nessa terra, de um povo ordeiro e trabalhador”.

Dona Lida não imaginava que o local onde montaram a empresa teria o valor de mercado que tem hoje. Por pouco que o negócio não sai. “Quando o Nelson comprou essa área de terra, perguntei: ‘porque comprar tão longe’. Eu queria que ele comprasse terrenos mais no Centro, onde tem o Calçadão. Ali era onde tinha mais aglomeração de casas e pequenos comércios. Ele me disse: ‘que nada, aqui vai ser um ponto bom para nossa oficina’. Ele tinha uma visão de futuro”, pondera a pioneira do Município.

Momentos de apreensão

“Acredito que nós contribuímos com cada passinho para o crescimento da nossa cidade, desde a Revolta dos Posseiros, em 1957, em Beltrão. O Nelson me levou lá onde é a capela São Cristóvão [Bairro São Cristóvão] por causa dos pistoleiros. Ele ficou duas noites sem dar notícias e eu fiquei preocupada. Foi então que desci e encontrei ele na praça [Calçadão]. Até tenho uma foto em que o Nelson está com um revólver na mão e eu estou do lado dele”, conta dona Lida.

Sucessão familiar

Os irmãos Mano e Sandra Sanderson têm o papel de conduzir a empresa e manter a “bandeira” em pé. “Estão vindo os netos, sobrinhos, que vão se envolvendo, esperamos que eles possam levar em diante o negócio da família”, diz Sandra. “Tenho duas filhas que optaram por fazer outros cursos. A gente nota que tem muitos jovens hoje que tem a cabeça de empreendedor. Mas às vezes se empolgam e fazem coisas erradas. Mas como eu aprendi com o meu pai, eu saí fora de Beltrão para estudar e voltei dois anos depois. Aprendi a comprar, vender, cobrar, fazer faturar, trabalhava até à noite. Entendo que não é fácil fazer um sucessor familiar, até porque a gente tem uma maneira de pensar, o jovem tem outra, mas todos devem se adaptar. O principal é fazer as coisas com os pés no chão, de maneira tranquila”, resume Mano.

A homenagem, a surpresa (por Relevantes Serviços Prestados à Comunidade)

“Quando veio o Marcos Guerra, Tarsizio Bonetti e o Joares Ribeiro e nos disseram que fariam uma homenagem, a gente ficou muito feliz de ter sido lembrado. Está aí a nossa mãe, com 83 anos, trabalhando como se fosse jovem. Tem horas que a gente até pensa em parar, mas aí vê a mãe com essa idade e na ativa a gente fica com vergonha. A família Sanderson tem muito a agradecer à Associação Empresarial de Francisco Beltrão pela lembrança”, declara Mano. Os Sanderson possuem duas empresas, que geram emprego e renda em Francisco Beltrão e Dois Vizinhos.

 

Rede Leve também é homenageada (por Relevantes Serviços Prestados à Classe Empresarial e a entidade de Francisco Beltrão)

Léo Webber e Meiri Coletti recebem troféu de Marcos Guerra, com a presença de funcionários da Rede Leve.

O ano era 1991. A moeda no Brasil era o Cruzeiro. Foi nessa década que o casal Meiri Fátima Coletti e Léo Luiz Webber saíram de São Miguel do Oeste, Santa Catarina e chegaram em Francisco Beltrão para abrir mais uma loja da Família Webber e Coletti. O local escolhido foi a Avenida Júlio Assis Cavalheiro, no Centro, área nobre, onde hoje funciona a Leve Decorações. Ali começava a história no maior município do Sudoeste do Paraná e a referência para a região em calçados, confecções e decorações: a Rede Leve.

“Desde que chegamos em Francisco Beltrão procuramos associar as nossas empresas à Acefb. A Leve tem como objetivo associar às entidades que ali estão como forma de valorização da sociedade”, diz Léo. A Rede Leve conta hoje com 34 lojas no Paraná e Santa Catarina. Aproximadamente 500 colaboradores integram a organização que tem 42 anos de história. “Quando chegamos em Beltrão, no ano seguinte tinha a Expobel. A feira era muito menor do que hoje e achamos muito bom participar da exposição. É uma feira de vendas, mas também de a gente como empresa estar ali mostrando nossos produtos. É uma feira que agrega toda a região que acaba vindo para o nosso município. Também participamos da primeira edição da Expofeira Mulher e todo ano a gente participa do evento. E a Expoliquida, participamos da primeira edição no ano passado e aprovamos”, observa Léo.

A surpresa com a notícia

“Ficamos felizes porque a gente nota que somos alguém aqui na cidade, é muito gratificante”, diz Léo. “Foi emocionante”, completa Meiri. “O Joares me falou que nós temos uma classificação bem boa sobre o uso do serviço do SPC Brasil no Paraná, colaboramos para a ACEFB conquistar o 7º lugar como usuários no Estado. Para as nossas empresas é um número bem significativo”, destaca a empresária.

Por que somos associados à Acefb?

Quando a Acefb passou a oferecer às empresas o serviço de SPC, em 2013, a Rede Leve foi a primeira empresa que acreditou nesse potencial da entidade cinquentenária. “Nós não podemos nem pensar em ficar sem a Associação Empresarial, ela é muito importante, até porque não tem como trabalharmos sem informações dos nossos clientes. Nós valorizamos o trabalho desempenhado pela associação e pelos serviços que a entidade oferece aos seus associados”, enfatiza Léo, perguntado sobre a importância de a empresa usar a entidade para realizar consultas ao SPC Brasil.

“Temos que agradecer a Deus por nos proporcionar essa oportunidade de receber essa homenagem e também à nossa família, colaboradores e o nosso grande cadastro de clientes”, agradece Meiri.  “Nosso filho, o Karan, soma bastante na empresa, é a pessoa que está na linha de frente na parte administrativa”, salienta Léo.

Meiri lembra-se de que “temos trabalhando com a gente filhos de funcionários que começaram com a gente ainda nos anos 90”. “Preparamos muitas pessoas que passaram por nossas lojas, muitas têm comércios próprios, estão bem-sucedidos, aqui a gente a todos e a nós, pessoas que fizeram faculdade e seguiram outras profissões”.

“Tem um colaborador, o Aguinaldo, trabalha com a gente desde o início, em 1991”, recorda-se Léo.

Incêndio em 2013

Um dos momentos delicados que a família Webber e Coletti passou foi no incêndio ocorrido na Leve Decorações, localizada na Avenida Júlio Assis Cavalheiro, no Centro da cidade. O incidente foi em setembro de 2013. “Queimou na quarta, mas na quinta-feira feira nós já tínhamos alugado uma casa. Trouxemos produtos de cama, mesa e banho, emprestamos umas máquinas e continuamos nossa vida”, disse Meiri. “Tínhamos um monte de pedidos prontos para entregar aos nossos clientes. Foi um corre-corre grande, mas a solidariedade das pessoas foi incrível”, recorda-se o casal.

Meiri finaliza dizendo que “essas coisas mostram pra gente que não se pode apegar pelo dinheiro, temos que saber ganhar e perder, é como um jogo. No mundo dos negócios também é assim”, resume Léo.