Animais de companhia: A aquisição responsável
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Os animais de estimação ocupam uma posição muito importante, no quadro familiar, de muitos lares. Os efeitos benéficos deste convívio são muitos, desde uma simples companhia até os complexos benefícios relacionados aos diversos transtornos da vida moderna. No entanto, é preciso lembrar que eles são seres vivos e, além das necessidades básicas, necessitam de amor, carinho e atenção. Sendo assim, é necessário analisar com cuidado cada situação, antes de trazer para casa este novo habitante.
É importante avaliar, além da disponibilidade do espaço necessário, quem terá contato e/ou a responsabilidade sobre esse animal, seus cuidados e manejo.
Determinar qual a espécie mais se harmoniza com o perfil familiar, pode evitar grandes transtornos de convivência. Neste caso, não é o gosto particular que prevalece e, sim, a concordância do grupo. Todos, de alguma forma, estarão envolvidos no convívio com mais este membro da família. Os hábitos familiares devem ser levados em consideração, antes da escolha. Não se pode, ao trazer um animal para casa, esperar ou causar mudanças na rotina familiar… Isso trará um problema, na certa!
Empolgar-se com a beleza ou exoticidade de um animal e agir por impulso ao adquiri-lo é um péssimo começo.
A primeira coisa a levar em consideração é o impacto que este animal trará para a família; saber quais as necessidades e hábitos naturais do animal e como isso influenciará na vida de cada membro deste grupo.
Deve-se levar em conta que alguns animais podem influenciar no convívio com toda uma vizinhança e que isso pode ocasionar sérios problemas e, sendo assim, requer muita responsabilidade. Da mesma forma, os aspectos ambientais devem ser levados em consideração, principalmente no caso de animais silvestres ou exóticos. Um detalhe óbvio, no entanto, comumente esquecido, que deve ser levado em consideração, são as características que o animal possuirá quando adulto. Encantar-se com um filhote e, com isso, esquecer-se de que se tornará um adulto, com características físicas e comportamentais diferentes, é muito comum.
Cada animal tem suas características e suas necessidades. Todos necessitam de manejos e cuidados, demandam tempo e custos, que devem ser levados em consideração. Os riscos que envolvem sua presença no lar e na vizinhança são fatores de extrema importância. Colocar pessoas, outros animais, o meio ambiente ou o próprio animal em risco é um ato irresponsável e criminoso.
Deve estar bem claro, a todos, que ter um animal de estimação ou companhia, apesar dos inúmeros fatores positivos, envolve risco, tempo, custos, preocupações e responsabilidade, e isso tudo deve ser muito bem analisado.
Um animal não é um objeto e pode viver por muitos anos.
Um filhotinho fofinho pode vir a ser um grandalhão ameaçador.
Um cachorrinho cresce, um gatinho cresce, uma tartaruguinha também cresce. Parece óbvio, mas é muito comum depararmo-nos com pessoas que pensam que as tartaruguinhas nunca irão crescer. Não existe “tartaruguinha de aquário”, o que existe é um animal que deve ter suas características e necessidades respeitadas. Não é correto – como muitos lojistas irresponsáveis indicam fazer – prendermos um animal (tartaruga ou peixe) em um espaço muito reduzido e minimizar sua alimentação, a fim de impedir o seu perfeito desenvolvimento. Isso é, no mínimo, criminoso! Este absurdo leva a termos animais com sérios problemas de saúde, deformações de corpo e carapaça e de longevidade muito reduzida.
Os peixes despontam como os animais menos impactantes na rotina familiar ou na relação com a vizinhança, no entanto, representam um dos mais envolvidos em riscos de impactos ambientais. A soltura de animais em lagos, rios e cursos de água naturais podem trazer sérios riscos de desequilíbrio ambiental. E isso é mais comum quando envolve os modismos, quando algumas espécies tornam-se populares e inconscientemente desejadas.
Tudo o que é moda dura pouco!
O maior problema com os peixes, encontra-se relacionado com espécies de grande porte, onde, novamente, batemos de frente com o fator crescimento, onde quem os adquire, simplesmente esquece ou pouco se importa com o fato de que aqueles peixinhos se tornarão grandes animais. O animal cresce, o aquário fica pequeno ou os custos para mantê-lo aumentam e lá se vai o bicho para o rio mais próximo. Irresponsabilidade e crime ambiental… e ainda não se considera, mas também é um crime de maus tratos.
Da mesma forma, um cachorrinho fofinho é levado para casa, começa a fazer suas necessidades por todo lugar, incomoda, cresce, late, exige tempo e cuidados, gera custos e logo é despejado em algum lugar longe de casa, abandonado à própria sorte. Essa é uma cena das mais comuns, muito mais do que deveria, nos tempos atuais, tendo em vista as grandes campanhas de conscientização, realizadas a todo instante, em todo o mundo.
Cão, gato, pássaro, coelho, porquinho da índia, hamster, tartaruga, jabuti, peixe, camarão ou outro animal, todos devem ter suas características, hábitos e necessidades respeitados, antes de serem levados a fazer parte da vida de alguém ou de uma família.
Animal não é objeto!
Bicho… não é lixo!