Coluna PET

Capnocytophaga canimorsus: CONHEÇA ESTA POSSÍVEL AMEAÇA

 

Em meio à pandemia do Coronavírus (Sars-CoV-2), outras doenças e transmissões foram suprimidas com os novos hábitos de alguns. Infelizmente, a maioria das pessoas não segue com rigor as recomendações e cuidados necessários, mas o pouco já surte algum efeito positivo.

Com as pessoas em casa por mais tempo, aumentou-se o contato com os animais de companhia e, junto com os benefícios que esta convivência traz, também há maiores riscos de contágio de algumas zoonoses pouco consideradas, ou por serem raras, ou devido a menor gravidade, mas que não devem ser menosprezadas, principalmente neste momento, pois, todo contágio ou infecção gera uma resposta imunológica e várias reações metabólicas que podem comprometer a defesa orgânica e “abrir portas” para outros contágios.

Cães e gatos, assim como outros animais de estimação, possuem uma flora comensal específica e que pode causar problemas em outras espécies, incluindo o ser humano. Por este motivo, apesar dos diversos benefícios que nossos animais de estimação ou companhia proporcionam, hábitos de higiene e cuidados devem ser observados. Nos últimos anos, o estreitamento do contato entre pessoas e seus animais tem gerado alertas em diversos centros de controle de doenças, em todo o mundo. Doenças, antes “muito raras”, têm ganhado destaque em periódicos científicos e gerado discussões entre grupos de profissionais de saúde. O setor econômico, como sempre na história da humanidade, tenta impedir a veiculação pública de algumas ocorrências, assim como vimos (e ainda podemos perceber) com a pandemia atual. Particularmente, não vejo motivos para isto; acredito muito mais na informação consciente que na impostura por interesses escusos. Afinal, há sim dezenas de benefícios na convivência com animais de estimação ou companhia, mas as pessoas têm o direito de saber das verdades para poderem agir conscientemente e tomar os cuidados necessários para que este convívio proporcione os benefícios, traga conforto e preserve a saúde de forma mútua e adequada.

Todo o corpo conta com sua flora microbiana normal; no entanto, a boca dos animais (principalmente) é uma região que pode abrigar uma grande variedade de bactérias, algumas delas potencialmente perigosas – principalmente em algumas circunstâncias – e que, devido ao contato mais íntimo com estes animais, torna a possibilidade de contágio mais facilitada. A lista de doenças potenciais é, realmente, bastante preocupante.

Nos últimos 3 a 5 anos, uma bactéria tem gerado preocupação, apesar de raros casos serem reportados. A Capnocytophaga canimorsus é um microrganismo naturalmente presente na boca de cães e gatos, até então pouco considerado como possível causador de zoonose grave. Realmente, até então, os casos de infecção são raros e considerados apenas para pessoas com deficiência imunitárias, mas que começa a gerar preocupação, principalmente após os recentes relatos de casos considerados de extrema gravidade, em pessoas sadias. Os sintomas incluem febre, vômito, diarréia, dores musculares e articulares, podendo levar à sepse (quando a bactéria se espalha pela corrente sanguínea) e causar sérios danos, podendo levar a óbito. Alguns casos foram relatados nos últimos três anos, na Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Japão, o que alertou as autoridades locais, mas que não ganhou destaque na mídia por motivos óbvios de preocupação sanitária/zoonótica (abandono de animais). Na relação da Classificação de Risco dos Agentes Biológicos, do Ministério da Saúde, de 2017, a Capnocytophaga canimorsus aparece como de Classe de Risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade), que inclui agentes que podem causar infecções no homem e animais, cujo potencial de propagação na comunidade e disseminação no meio ambiente é limitado e que existem meios eficazes de controle profilático e terapêutico. No entanto, vale a atenção para “não sermos pegos de surpresa”, como ocorreu com a pandemia atual. Os últimos casos relatados fogem da normalidade considerada como meio de disseminação para este agente – “mordida, arranhadura e contato com secreções” – e foram ocasionados por simples lambidas, normal nas manifestações de carinho, principalmente dos cães. Apesar das controvérsias e de vermos muitos defensores dos animais contestando estas alegações, devemos lembrar de que até poucos meses a pandemia que vivemos – causada pelo SARs-CoV-2 – não passava de uma “gripezinha”… Afinal, bons hábitos de higiene não matam ninguém.

Outra grande preocupação recai sobre a chamada MRSA (ou SARM – Staphylococcus aureus resistente à Meticilina), uma bactéria resistente a vários antibióticos e que também começa a ser mais relatada, inclusive como causadora de infecções hospitalares ou secundárias graves.

Cuidados de higiene, contato e manejo de animais devem ser seguidos de acordo aos critérios técnicos determinados pelos profissionais de saúde, de acordo a cada espécie, podendo reduzir as chances destes contágios. O uso de produtos específicos para animais ajudam na higienização e controle dessas possíveis contaminações. Um bom desinfetante (“Vet+20”, por exemplo) pode prevenir diversas doenças, tanto nos animais como nas pessoas de seu convívio. O uso de um shampoo de qualidade, principalmente de uma linha com extratos naturais e livre de substâncias agressivas, ajudam a manter a pele e pelos mais saudáveis, com uma menor carga de microrganismos e livre de odores desagradáveis. Produtos imunoterapêuticos podem reduzir a carga microbiológica bucal de cães e gatos, melhorando a saúde e reduzindo o mau hálito e infecções e, desta forma, também reduzindo os riscos de transmissão de doenças. Produtos para banho a seco, limpeza auricular, eliminadores de odores e outros melhoram as condições de saúde, conforto e de convivência com nossos pets.