Geral

Construir a cultura da Paz

Vivemos hoje o desafio de educar para a cultura da paz, pois a impaciência tem gerado o acirramento de conflitos, a dificuldade de conviver com as diferenças, com a diversidade e ideias, num mundo cada vez mais globalizado e plural.

O que vemos são segmentos e grupos que querem impor o que pensam para os demais, muitas vezes agredindo, acuando, intimidando, ameaçando. Não é assim que devemos construir uma convivência que permita o respeito a todos.

Também nas redes sociais vemos o afã de muitos por linkes, agredindo facilmente quem pensa diferente ou discorda de suas ideias.

É assim que vão disseminando a chamada cultura do ódio, e, quanto a isso, temos que nos vacinar, pois exemplos do passado mostram o perigo de tais discursos e posturas, seja politicamente da esquerda quanto da direita.

A cultura da paz não significa necessariamente convivência com o erro, mas a construção de meios em que seja possível a maior conscientização para que as pessoas exerçamliberdade com responsabilidade.

Nesse sentido, educação desempenha um papel fundamental. Diz o papa Francisco: “A cultura do bem-estar fez perder o senso de responsabilidade e de relacionamento fraterno. Os outros, em vez de serem nossos semelhantes, aparecem como antagonistas ou inimigos e, muitas vezes, são objetivados. Não é incomum que os pobres e necessitados sejam considerados um fardo, um obstáculo ao desenvolvimento. Na melhor das hipóteses, recebem ajuda sob a forma de assistência ou são alvo de compaixão. Eles não são mais chamados a partilhar os dons da criação, os bens do progresso e da cultura, a participar em sua plenitude na mesa da vida, e serem protagonistas do desenvolvimento integral e global”. E acrescenta: “A fraternidade incentiva-os a cuidar de cada pessoa especialmente dos pequenos e indefesos- contra a expansão da globalização da indiferença”.

Por isso, temos que nos empenhar para que haja mais solidariedade, pois assim estará assegurada a paz. Solidariedade que quer dizer aceitação maior das diferenças, escuta percepção das necessidades do próximo, disposição em ajudar a quem precisa, abertura ao novo. Sendo assim, estamos desfiados nesse século 21 a construir a paz, para deter a cultura do ódio. É assim que poderemos construir um mundo melhor, começando a partir de agora, com a nossa realidade mais próxima. É a partir da cultura da solidariedade e da paz que conseguiremos superar as dificuldades atuais, para um futuro melhor para todos.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.