Consumo Sustentável
15 de outubro é considerada no Brasil, desde 2009 como Dia Nacional do Consumo Consciente.
Por Ivonete T.T. Plein
A data de 15 de outubro é considerada no Brasil, desde 2009 como Dia Nacional do Consumo Consciente, esta data foi estabelecida pelo Ministério do Meio Ambiente com a proposta de “despertar a consciência nos consumidores sobre os problemas socioambientais que os padrões atuais de produção e consumo estão causando.” A nível internacional esta data é um lembrete da importância do Consumo Sustentável e ações são realizadas no mundo todo pela Consumers International que é uma organização de membros de grupos de consumidores do mundo todo (https://www.consumersinternational.org/who-we-are/).
O consumo sustentável está contemplado no ODS 12 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que tem como meta “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis” para todas as pessoas do planeta. No Brasil o objetivo é “Implementar o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis, em articulação com entes federados“. Para tanto muitas políticas públicas são planejadas e implementadas a nível internacional, nacional, estadual e municipal, mas as políticas públicas não são suficientes para que as ações cotidianas, desde as individuais até das grandes corporações sejam de fato sustentáveis.
O consumo consciente é realizado por pessoas conscientes de seu papel transformador. O que faz a grande diferença são as ações locais e individuais, que somadas se tornam ações coletivas em todos os níveis, do ato mais simples até as grandes transformações globais é a ação de cada ser humano que se preocupa com a Terra que gera um mundo melhor de viver e fazem a diferença na construção de uma consciência global de consumo sustentável.
António Guterres, secretário-geral da ONU, afirma que “O consumo excessivo está nos matando. A humanidade precisa de uma intervenção” e que “desde 1970, o uso de recursos naturais cresceu de 30 para 106 bilhões de toneladas, acarretando impactos ambientais dramáticos, estimando-se que a geração de resíduos aumente ainda em 56% de 2023 até 2050” (https://brasil.un.org/pt-br).
Para se ter uma ideia da proporção das ações cotidianas, observa-se que “o Brasil é o maior produtor de plástico da América Latina, com cerca de 500 bilhões de itens de plástico de uso único (pratos, copos, embalagens e talheres) produzidos anualmente. Grande parte disso está contido em produtos descartáveis que rapidamente se tornam resíduos, poluindo a terra, o mar e o ar”. Os plásticos são a maior, mais prejudicial e mais persistente fração do lixo marinho, representando pelo menos 85% do total de resíduos marinhos. Apenas 9% do resíduo plástico é reciclado, enquanto 17% é incinerado, 22% não são coletados e 46% são jogados em aterros sanitários. A boa notícia é que podemos reduzir a poluição plástica em 80% até 2040 se os países e as empresas fizerem mudanças profundas nas políticas e no mercado usando as tecnologias existentes. (https://www.unep.org/pt-br/resources/da-poluicao-solucao-uma-analise-global-sobre-lixo-marinho-e-poluicao-plastica).
No entanto, para que essas mudanças ocorram, é fundamental que as pessoas mudem seus hábitos de consumo, colaborem para que a produção seja adequada ao consumo consciente e sustentável. É uma luta coletiva, de muitas frentes para alcançar um bem comum, que é viver na Terra em equilíbrio. “A Perspectiva Global sobre Consumo Sustentável (PCS)” foi um marco para o consumo sustentável, publicada em 2012, é baseado em 56 estudos de casos que vão desde acordos globais multilaterais e estratégias regionais para políticas específicas até iniciativas que estão sendo implementadas pelos governos, empresas e organizações da sociedade civil (https://brasil.un.org/pt-br).
Para os que tem dúvida sobre as vantagens da sustentabilidade ou que é esse seja apenas um discurso utópico e/ou responsabilidade das grandes corporações ou países, O SEBRAE Paraná afirma que “A sustentabilidade é uma das ferramentas mais poderosas e acessíveis para o Microempreendedor Individual (MEI) se destacar no mercado. O consumidor está mais consciente, busca por marcas com propósito e valoriza quem se preocupa com o futuro. Empresas que ignoram essa realidade correm o risco de ficar para trás. Por outro lado, o que alinha práticas inteligentes e sustentáveis ao seu negócio não apenas fortalece sua reputação, mas também abre portas para economizar dinheiro, otimizar recursos e criar uma conexão verdadeira com seus clientes. Sustentabilidade não é custo, é vantagem competitiva: ser sustentável dá lucro já que 78% dos consumidores preferem comprar de empresas com práticas sustentáveis (https://sebraepr.com.br/comunidade/artigo/como-a-sustentabilidade-gera-lucro-e-reputacao-nos-negocios-um-guia-para-o-mei).
Ivonete T. T. Plein
Doutora em Geografia – UNIOESTE
Técnica em Assuntos Educacionais – UTFPR
Currículo: http://lattes.cnpq.br/5475663157110517